Por Prof. Paulo Roberto Labegalini/Mensagens para o Coração
Imagine só um banco que credita na sua conta 86400 toda manhã, mas não transporta o saldo para o dia seguinte – à noite, apaga o que não foi usado durante o dia. O que você faria? Gastaria tudo, não é? Pois bem, há um banco assim: é o Banco do Tempo.
De manhã, ele deposita 86400 segundos na sua conta e nenhum saldo vai para o próximo dia – jamais poderá usar o tempo perdido! Também não permite agendamento de saque para o futuro, pois todos os dias abre uma conta nova e queima os arquivos velhos.
Portanto, desfrute o máximo que puder em saúde, paz, oração e caridade. Trate de dar atenção à família, aos amigos necessitados e, principalmente, a Jesus Cristo – que se apresenta como pobre humilhado pela sociedade. Seja generoso hoje, ame hoje e agradeça hoje. Não deixe nada para amanhã, pois você só tem hoje para gastar com sabedoria os recursos que o Banco do Tempo lhe oferece.
E, se quiser saber quanto vale um ano, pergunte a um estudante que foi reprovado; para saber o valor de um mês, pergunte à mãe que teve um filho prematuro; para saber o valor de uma semana, pergunte ao mendigo com quatro filhos para alimentar; para saber o valor de um dia, pergunte a um paciente de UTI; para saber o valor de uma hora, pergunte a quem recebeu uma grande graça na Missa; para saber o valor de um minuto, pergunte a quem foi salvo de afogamento; e, se quiser saber quanto vale um segundo, pergunte a quem experimentou colocar a mão no fogo.
Agora, se você também quiser saber o verdadeiro valor de uma vida, leia o capítulo 15 de São Marcos. Lá, você aprenderá a valorizar cada momento vivido neste mundo e o apreciará ainda mais se o repartir com alguém. Lembre-se que o tempo não espera por nós e, sabendo aproveitá-lo segundo os Mandamentos de Deus, haverá tempo de sobra para todos na eternidade.
Eis um conselho que sempre dou nos cursos que ministro: ‘Gaste o seu tempo com o mesmo cuidado que gasta o seu dinheiro… e não se arrependerá’. Conheço também dezenas de outras frases de efeito sobre o tempo, mas nenhuma substitui os bons exemplos de disponibilidade das pessoas: na oração, no anúncio do Evangelho, nos chamados de Deus, no socorro aos pobres etc.
Acredite que é possível gastar com sabedoria os recursos que o Banco do Tempo nos disponibiliza. Agindo assim, plantamos mais esperança nos corações católicos e asseguramos bons frutos na colheita; mas, infelizmente, nem todos enxergam as coisas dessa maneira. Portanto, antes de concluir sobre o assunto, leia esta história:
Uma cobra vivia perseguindo um vaga-lume. Um dia, já sem forças, ele parou e disse à cobra:
– Pertenço à sua cadeia alimentar ou fiz algum mal a você?
– Não.
– Então, por que quer me comer?
– Porque não consigo perdoar a sua mania de brilhar mais do que eu.
Agora pense no Banco do Tempo e na história acima, e veja se concorda com as conclusões que preparei: ‘Se você quer ser feliz por um instante, então, vingue-se de alguém; mas, se desejar experimentar a felicidade eterna, perdoe sempre.’