Sobre ócio – Ricardo Leme – Youtube
A mentalidade atual é profundamente trabalhista, de modo que elogiar o ócio é reprender o modelo atual que insiste em negar o ócio ou de modo mais incisivo afirmar e propagar oneg-ócio. De fato, estresse ediminuição dotempo livre caminham lado a lado. Trabalhar com moderação geraganhorelativo superiorassimcomomaiorpotencial derealização efelicidade vivenciada. Éfundamental otempo desaborear asconquistas,casocontrário elas se transformamemdegrauspara oabismo donadaouapenas outraforma devíciojá encontradoentre aquelaspessoasquenão conseguemrelaxar, pois viciaramemtrabalho.
Para o observador atento e de humor sensível, fique a máxima: “Quem mexe com gestão geralmente sofre de indigestão”; ora, basta respeitosamente e de soslaio observar o diâmetro abdominal dos gestores e afeitos para melhor compreensão. Fato a se lamentar, pois quando o gestor, especialmente os do tipo CEO entram no cio, só resta a seus súditos correrem com as mãos na cabeça… Diz o poeta sobre esse anareta: “Se houver filantropia, aí que a misantropia, com sua miopia, lê pilantropia. Sobra então só a questão: cadê o meu filão? “.
“Não é o muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear as coisas internamente” (Inácio de Loyola).
Fonte geradora de estressesocial, à semelhançado tratorquearrasta a terraporondepassa, o viciado emtripaliumarrasta e impõe seucomportamento, gerando perturbação nosqueporignorância se aproximaram desteseremprocessotemporário de desequilíbriointerior.
Domenico Demasi se dedicou ao estudo doócioe seus efeitos namanutençãodasaúde eainda comoferramentade estímulo aopotencialcriativo.
Josef Pieper descreve o demônio de três faces que os defensores do ócio têm a enfrentar: a supervalorização da atividade em geral, a incapacidade de aceitar que simplesmente aconteça algo e a inaptidão em receber e admitir suceder algo consigo mesmo. Para o autor, o ócio (skholé) é uma atitude de celebração e celebrar significa o contrário de esforço. Quem desconfia categoricamente da facilidade é tanto incapaz do ócio como de celebrar uma festa. Quando esse desconfiado celebra é alcoolizado e, portanto antes se alienando que propriamente celebrando. Celebrar sugere consciência apolínea (Solar), já alcoolizar, sua contraparte dionisíaca (Marciana).
Existem várias situações evitáveis, ciladas queconduzem ao empobrecimento, consequentes a contextos relativos a tempo perdido. Abundam ainda os que pensam riqueza como posses materiais! Não percebem rico ser aquele com tempoe milionário aquele cujo tempo transcorre com liberdade e qualidade. (veja o pescador e o empresário:http://o-grande-nada.blogspot.com/2006/11/histria-do-pescador_18.html). É nesse espaço de liberdade temporal que asaúde germina enquanto avida ganha em significado, sentido e plenitude.
O termo felicidade interna bruta (FIB), criado pelo rei do Butão em 1972 é outro exemplo perfeito disso. Em contrapartida aos modelos convencionais baseados no crescimento econômico, o conceito se sustenta no princípio do simultâneo desenvolvimento espiritual e material de uma nação, sendo seus fundamentos:
A falta de tempo, fundamento da pobreza, é o principal fator responsável pelas situações conhecidas como “doenças do mundo moderno”.