Muitos homens caminham pela face da Terra como se estivessem numa fila indiana, e cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente, colocam as qualidades; na de trás, guardam os defeitos. Durante o percurso da vida, mantêm os olhos orgulhosos nas virtudes que possuem – presas no peito – e, ao mesmo tempo, reparam impiedosamente nas costas dos companheiros que estão adiante – todos os defeitos que possuem.
O de trás sempre se julga melhor que o outro que vai à frente, sem perceber que a pessoa andando às suas costas está pensando a mesma coisa a seu respeito. Isso explica em parte alguns problemas de relacionamento e injustiça que acontecem dia-a-dia. Mas, como você muda isso?
Em primeiro lugar, dê o primeiro passo: reconheça que só Deus é perfeito e deixe de criticar os outros. Depois, fixe os olhos na Luz que salva e a siga sempre. Lembre-se, também, da primeira leitura do dia 25 de dezembro, Missa do Natal de Jesus, onde o Profeta Isaías diz:
“O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos… Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: conselheiro admirável, Deus forte, pai dos tempos futuros, príncipe da paz.”
E quem aceitar ser herdeiro do Reino do Menino, precisa obedecer aos seus Mandamentos; entre eles está: ‘Amar o próximo como a si mesmo’. Eu julgo ser o mandamento mais difícil de ser praticado porque, para isso, é necessário compromisso, justiça e piedade. Em linguagem popular, eu diria que o verdadeiro cristão tem o dever de cumprir isso com os pés nas costas. Infelizmente, nem todos pensam assim.
Quando Jesus padeceu na cruz, uma grande Luz brilhou na Terra – a Luz da Verdade que ilumina todo ser humano. Aquele que a acolhe tudo pode, nada teme e, enquanto se mantém longe das trevas, o Espírito Santo habitará nele!
Muitas vezes, Cristo se manifesta na pessoa de um pobre, como nesta história:
Paul ganhou um automóvel de presente de seu irmão no Natal. Na noite seguinte, quando saiu de seu escritório, viu um menino andando em volta do reluzente carro novo, admirando-o.
– Este carro é seu, senhor? – perguntou.
Paul confirmou:
– Meu irmão me deu de Natal.
– Quer dizer que foi um presente de seu irmão e não lhe custou nada? Rapaz, quem me dera! – e parou por um instante de falar.
É claro que Paul sabia o que ele iria dizer: desejaria ter um irmão como aquele. Mas, o que o garoto disse desarmou o espírito do empresário.
– Quem me dera – continuou o garoto – ser como o seu irmão!
Paul o olhou com espanto e impulsivamente acrescentou:
– Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel?
– Oh, sim, eu adoraria!
Depois de uma voltinha, o garoto de olhos arregalados disse:
– O senhor se importaria de passar em frente à minha casa?
Paul deu um leve sorriso. Pensou que o menino queria mostrar para os vizinhos que podia chegar em casa num carrão, mas estava novamente enganado.
– Pode parar em frente àqueles dois degraus? – perguntou o garoto.
Ele subiu correndo e retornou carregando seu irmãozinho paralítico. Sentou-o no degrau inferior e depois apontou o carro.
– Aí está ele, amigão, exatamente como eu contei lá em cima. O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e não lhe custou nem um centavo! E algum dia eu vou lhe dar um igualzinho; então, você poderá ver com seus próprios olhos, nas vitrines da cidade, todas as coisas bonitas que tenho lhe contado.
Paul saiu do carro e colocou o rapaz no banco da frente. O irmão mais velho, com os olhos brilhando, entrou atrás dele e os três deram uma grande volta comemorativa. Naquela noite, o empresário aprendeu que sentimos maior alegria quando a proporcionamos a alguém.
E ainda mais feliz é aquele que crê que a Luz que veio do Pai para indicar o caminho que devemos seguir nunca se apagará!