Navegando outro dia pela internet, entrei em um sait para saber mais sobre uma raça de cavalos que eu desconhecia, são os cavalos da raça Azteca, o cavalo nacional do México. Entre páginas do google, tinha uma que me chamou a atenção por ter vídeos de mortes de cavalos. O primeiro era um lindo cavalo Azteca que caiu morto na arena onde estava fazendo uma exibição para uma grande platéia. A comoção das pessoas foi impressionante. No segundo vídeo, também em uma arena no México, onde quatro cavaleiros provocavam um touro Miúra. Lá pelas tantas, o touro conseguiu encurralar um dos cavalos e abriu a barriga dele com os chifres de onde saiu todo sistema gástrico-intestinal matando o cavalo minutos depois. Novamente a comoção das pessoas me fez pensar em como nos emocionamos quando morre um cavalo conhecido ou quando vemos a morte de um ou, perdemos um que nos é íntimo.
Olhando pela história, podemos constatar o quanto os cavalos significavam para as pessoas. Desde o início da simbiose entre homens e cavalos podemos perceber que na história contada sobre o homem ele nunca aparece só, esta sempre ao lado de um cavalo. Veja, entre os Deuses do Olimpo, está Zeus em sua carruagem atrelada por quatro cavalos divinos. Poseidon esta sempre montado em um elegante hipocampo.Alexandre o grande conquistou o mundo no dorso de Bucéfalo. Gengis Kan não descia do cavalo para nada. Pelo mundo, todas as estátuas de guerreiros, pinturas e gravuras , contos, lendas, mitos tem pelo menos um cavalo de coadjuvante. Pablo Picasso, em Guernica, coloca no plano central da obra uma imagem de cavalo sendo mutilado pelo bombardeio alemão e me fez pensar que a morte do cavalo é a morte do homem. Como dizia o rei tentando se salvar a beira da morte: “Meu reino por um cavalo”.Homens e cavalos são seres inseparáveis, pois o homem não seria o que é sem o cavalo, por isso quando há a perda de um cavalo, sentimos que estamos perdendo uma parte de nós.
Um pouco dramático meu pensamento mais a história do homem a cavalo é dramática. Sempre foi uma história de conquistas, guerras, poder. Mesmo nas histórias da cavalaria andante com cavaleiros sempre a defender donzelas e oprimidos, obstinados na busca do Graal, românticos até a última ferrugem de sua armadura, podemos sentir um grande drama vivido pelo herói.
Hoje em dia, mesmo com toda a tecnologia, quando vemos um conjunto se apresentando em um picadeiro, sempre nos imaginamos no lugar do cavaleiro. Pensamos ser um cavaleiro andante, altivo , livre e poderoso montado a cavalo . De repente o cavalo falha, cai morto aos nossos pés e nos sentimos mutilados de nossos sonhos , voltamos a ser vulneráveis e sentimos a dor do cavaleiro . Assim, não podemos conceber a humanidade sem a existência do cavalo. A morte do cavalo é a morte do homem.