Nos últimos anos, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) conquistaram espaço na mídia e na mente das pessoas. Como membros do terceiro setor, sua atuação é justamente nas falhas da sociedade que o Estado e o setor privado não conseguem resolver. Muitas delas – para não dizer a maioria – trabalham em base voluntária, ou seja, sem remuneração. As pessoas normalmente se perguntam o que leva um homem a ser voluntário. Uma questão pertinente, já que o tempo gasto poderia ser aplicado em uma profissão ou projeto que poderia render dividendos financeiros.
O que eu, como estudante e voluntário, posso dizer resume-se a motivação. O motivo que leva uma pessoa à ação voluntária é mais que simples retorno financeiro. No caso do trabalho social, o que faz as pessoas se sentirem motivadas é o fato de que o trabalho causa um impacto positivo na comunidade. É o sentimento de missão cumprida, quando do fim de um projeto ou iniciativa, onde se observa a melhoria da vida das pessoas. É claro que no mundo de hoje pessoas diferentes possuem prioridades diferentes. Ser voluntário não é para todos. E não é também uma simples questão de “conduzir uma atividade durante um período de tempo para melhorar o currículo”. Isso é se enganar. O “ser voluntário” vêm de dentro para fora – é uma opção e uma vontade de mudar a sociedade.
E será que isso é importante, principalmente para um estudante que ainda não possui muito a compartilhar com a comunidade? Bem, me lembro de quando assisti a uma palestra do Administrador Mauro Kreuz, Presidente da ANGRAD – Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração – em 2005. Lembro-me como se fosse hoje de suas palavras para um auditório lotado de estudantes de Administração: “As empresas buscam hoje funcionários que sejam sensíveis aos problemas que ocorrem na sociedade, e que através do trabalho voluntário, deram sua contribuição. Pois essas pessoas possuem uma visão de mundo diferente, e elas irão causar um impacto positivo”.