A pesquisadora Michelle Reboita, do Centro de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), participou recentemente do Congresso Argentino de Meteorologia, em La Plata, onde foi debatida a importância de ações preventivas diante dos eventos climáticos extremos. Segundo ela, a previsão meteorológica é essencial, mas não suficiente: “É necessário ter infraestrutura e mobilização dos diferentes setores dos municípios para agir em momentos de crise. Esse é um desafio global, não apenas da Argentina ou do Brasil”, destacou.
Michelle explicou que a estação chuvosa já teve início, com precipitações diárias e volumes crescentes. “Na média, a estação começa em meados de outubro, e é o que está acontecendo. Outubro deve ter chuvas um pouco abaixo da média, mas novembro tende a compensar, ficando acima do esperado. Quando analisamos a primavera como um todo — setembro, outubro e novembro — a previsão é de volumes dentro da normalidade para o Sul de Minas”, afirmou.
A pesquisadora também ressaltou que, mesmo com médias dentro do esperado, eventos extremos podem ocorrer, o que exige acompanhamento constante das previsões diárias, atualizadas com até cinco dias de antecedência.
Ao lado dela, o coordenador da Defesa Civil de Itajubá, Adílson José, relatou uma série de ações preventivas realizadas pelo município neste período de transição da estiagem para a temporada de chuvas. A operação envolve diferentes secretarias municipais, o 4º Batalhão de Engenharia de Combate e outras instituições parceiras.
As equipes estão executando limpezas na base das pontes e ao longo do Rio Sapucaí, além dos ribeirões Zé Pereira e Anhumas, removendo árvores caídas, entulhos e materiais que poderiam obstruir o fluxo das águas. “Com essas ações, aumentamos a fluidez dos rios e reduzimos o risco de transbordamentos. É um trabalho conjunto, técnico e preventivo”, explicou Adílson.
Ele também fez um apelo à população: não descartar lixo nos rios e vias públicas, prática que agrava alagamentos e retorna para as próprias residências em casos de enchentes. “Infelizmente ainda encontramos pneus, ferros, colchões e até eletrodomésticos jogados nos rios. É fundamental que cada cidadão faça a sua parte”, reforçou.
Além da limpeza dos cursos d’água, a Defesa Civil tem investido em capacitação técnica. Representantes participaram de seminários regionais, incluindo encontros com coordenadores de 72 municípios da região, para padronizar procedimentos e fortalecer a cooperação entre cidades vizinhas, como Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre.
Michelle também anunciou que estão abertas até 26 de outubro as inscrições para o Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Unifei, voltado a profissionais de diferentes áreas que desejam se especializar no tema. O edital pode ser encontrado buscando no Google.
Para solicitações e agendamentos de coleta de entulhos e grandes volumes, os moradores podem entrar em contato com o serviço municipal Catatreco pelo telefone 156.
Por Redação, com informações de Michelle Reboita e Adílson José









Imagens: Secretaria de Defesa Social/Defesa Civil – Itajubá