Jesus foi o grande mestre na evangelização, citando parábolas, anunciando o Reino e advertindo os fariseus. Suas histórias são contadas a toda hora e usadas como modelos de reflexão. E as vantagens para os pregadores que as usam com propriedade recaem principalmente nas conclusões: sempre diferentes e com o mesmo objetivo – apresentar Jesus Cristo!
Com humildade sigo na mesma direção, porém menos preocupado em ter casos diferentes para contar. Em 1997, eu pensava que as histórias fossem se esgotar em meses e eu teria dificuldades para continuar prendendo a atenção dos leitores. Em parte, acho que faltava confiar um pouco mais na ação do Espírito Santo, mas também havia outra parte fundamentada no meu bom senso, que insistia em me questionar: ‘Ano após ano, como será possível conseguir tantos contos para publicar?’.
Somente agora, chegando aos 600 artigos escritos, tenho certeza que foi possível e continuará sendo por mais algumas décadas, se Deus quiser. Muitos amigos enviam-me e-mails interessantes, possibilitando não precisar criar novas histórias ou repetir as antigas. Também quem faz coleção desta coluna, acaba se beneficiando com as curiosidades e os casos inéditos. Só tenho a agradecer a todos pela atenção e amizade constantes.
Mas, com certeza, o objetivo continua sendo perseverar nas mensagens cristãs, mesmo que as histórias não tenham nenhuma ligação com religião. Nesses casos, preciso fazer a ponte para que mais amor fortaleça nossos corações. Eis a primeira historinha de hoje:
Enquanto um homem idoso subia no ônibus, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora, a porta se fechou, o ônibus saiu e o homem ficou impossibilitado de recuperá-lo. Imediatamente, ele retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu, perguntou:
– Por que jogou fora o outro sapato?
O senhor prontamente respondeu:
– Agora, quem os encontrar será capaz de usá-los.
O rapaz pensou por alguns instantes e concordou:
– Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a sapatos usados encontrados na rua, e de nada lhe adiantaria apenas um pé, certo? Parabéns, senhor, por tamanha caridade.
Assim, o homem de mais idade mostrou ao jovem que não vale a pena agarrar-se a algo com o coração. A partilha agrada a Deus e permite que a felicidade entre um pouco mais na vida de pessoas sem bens materiais para sobreviver.
E se pensarmos com calma, concluiremos que perdemos coisas o tempo todo. A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas isso acontece para que mudanças, na maioria das vezes positivas, ocorram em nossas vidas. Todos decidem constantemente se algumas coisas devem ser exclusivas ou não, e tudo depende do grau de bondade de cada um. Nem sempre a partilha precisa ser material, como nesta outra história:
Um moço seguia todos os dias de trem pelo mesmo caminho. O trem passava por um viaduto onde se podia ver os interiores de alguns apartamentos no prédio localizado em nível inferior. Naquele lugar, o veículo diminuía a velocidade e o rapaz observava, através da janela de um dos quartos, uma senhora deitada na cama. A senhora certamente convalescia de alguma enfermidade, pensava ele.
Num domingo, achando-se casualmente naquelas imediações, ele cedeu a um impulso e foi até o prédio onde a senhora morava. Perguntou ao porteiro o nome dela e depois lhe enviou um cartão com votos de restabelecimento, assinando apenas: ‘Um rapaz que passa diariamente de trem’.
Dali a alguns dias, a caminho de casa no trem, o jovem olhou para o quarto e não havia ninguém. A cama estava cuidadosamente arrumada e, no parapeito da janela, estava afixado um grande cartaz escrito à mão, dizendo: ‘Deus o abençoe, resolvi fazer a cirurgia que tanto precisava’.
Pois é, Deus quer que suas criaturas se amem e se respeitem mutuamente. Ele sempre espera que ajudemos uns aos outros, sem preconceitos e sem parar nos obstáculos. Aquele jovem do trem não tinha outra intenção a não ser ajudar anonimamente a uma pessoa desconhecida, atendendo a um apelo do seu coração generoso. E é por essas e outras razões que vale a pena acreditar no amor, ajudando a mudar o mundo para melhor!
Há pessoas que se entregam à depressão e outras enfermidades por acharem que ninguém se importa com elas. Sabemos que um simples gesto de solidariedade pode se constituir em um dos mais poderosos remédios contra esse tipo de mal. É um remédio que não custa nada, não tem contraindicação e está ao alcance de todos, principalmente ao alcance do verdadeiro cristão.