Um novo tema tem inquietado o ser humano. É uma nova fronteira para a inteligência humana, que nos coloca frente a um novo desafio: a inteligência artificial. Assunto que gera debates, polêmicas, discussões e preocupações que alcançam até os líderes mundiais. Não é, contudo, a primeira vez que a espécie humana se vê em tal situação.
Mergulhando nos primórdios da história, podemos refletir sobre a descoberta do fogo e a conquista do poder para o gerar a qualquer momento. Aquele primeiro avanço apresentou-se também como uma ameaça para os homens do passado, pois poderia ser utilizado tanto para o bem quanto para o mal. Muitos séculos depois aconteceu o mesmo com a pólvora e com o aço. Nos últimos cem anos, com a potência do desenvolvimento, as ameaças cresceram. Por exemplo, o descobrimento dos átomos permitiu, entre outros avanços, criar também a bomba atômica, que acabou por se transformar numa permanente ameaça para os povos do planeta.
Outra descoberta, a do genoma humano, levou-nos a atingir mais uma fronteira. Por consequência, foram gerados muita preocupação e grandes devaneios da imaginação, ao falar-se que exércitos de clones poderiam ser criados, exterminando, quem sabe, a espécie humana.
Fazer este repasse histórico mostra como, apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o ser humano ainda luta com duas forças dentro de si que estão em permanente confronto.
Mas de onde vem essa verdadeira guerra interna?
O ser humano ainda não conseguiu eliminar em si mesmo os pensamentos negativos como o egoísmo, a ambição de domínio, a busca pelo poder. Por outro lado, sempre contamos com as chamadas reservas morais — os bons pensamentos —, que impulsionam o ser a fazer o bem aos semelhantes, a realizar descobertas, a procurar entender, desde o micromundo até os confins do universo, os mistérios da vida e da Criação.
Com certeza, a inteligência artificial ainda vai trazer inúmeras outras mudanças, além de permitir novos avanços para o progresso. Certamente, grandes desafios e grandes problemas da humanidade serão enfrentados e solucionados, ampliando o verdadeiro bem-estar para todos.
Há algo, porém, que não é observado comumente. Enquanto esta nova jornada da inteligência artificial ocorre para a humanidade, outra inteligência existe e continuará manifestando-se com sua linguagem própria, como acontece desde os primórdios da raça humana.
É uma inteligência superior que se manifesta de várias formas, entre elas a própria natureza. Com ela, a mente humana pode conectar-se mediante a devida capacitação, e assim descobrir os grandes enigmas da existência humana na Terra.
O método logosófico ensina a realizar o processo de evolução consciente e ir alcançando o autoconhecimento. Tais prerrogativas foram concedidas ao ser humano a fim de que pudesse buscar o conhecimento das Leis Universais e até mesmo de Deus. Mas isto só será possível se se estiver determinado a empreender essa grande tarefa, encarando-a como a maior e mais formosa oportunidade que os seres humanos receberam.
Que surja entre nós, o gosto, o encantamento e a mesma energia que temos, pelo progresso e pelas novidades tecnológicas, por essa inteligência superior, tão humana, tão divina e tão necessária para que possamos realmente sermos humanos!
Um pensamento de Pablo Bauzá