Numa palestra que fiz, me passaram uma história muito bonita de um rei que se sentiu intrigado com algumas perguntas e, desejando obter respostas, resolveu fazer um concurso. O prêmio seria um punhado de ouro e alguns títulos de nobreza a quem respondesse a estas três indagações:
1 – Qual é o lugar mais importante do mundo?
2 – Qual é a tarefa mais importante do mundo?
3 – Quem é o homem mais importante que vive no mundo?
Assim, intelectuais e analfabetos, ricos e pobres, jovens e adultos se apresentaram, mas nenhum deles deu respostas que satisfizessem o rei. E, souberam, só um homem não se apresentou para tentar solucionar os questionamentos. Ele era considerado sábio, mas não se importava com fortuna e nem com honrarias pessoais.
O rei, então, o convocou para vir ao palácio, e o velho sábio discursou à multidão:
– O lugar mais importante do mundo é aquele onde você se encontra. Onde você vive e trabalha é o lugar em que você deve ser útil e amigo, porque este é o seu lugar.
Quando completou a primeira resposta, todos se espantaram e sorriram admirados. Em seguida, ele continuou:
– A tarefa mais importante não é aquela que você deseja fazer, mas sim aquela que você deve fazer. Por isso, pode ser que o seu trabalho não seja o mais agradável e nem muito bem remunerado, mas é ele que lhe permite o seu próprio sustento e o da sua família. Se você não tem o que ama, é importante que ame o que tem!
E, mais uma vez, todos sorriram e começaram a aplaudir. Finalmente, veio a terceira resposta:
– O homem mais importante que vive neste mundo é aquele que precisa de você, porque é ele que lhe possibilita praticar a mais bela das virtudes: a caridade. Somente através da caridade você pode demonstrar o amor que tem no irmão, sem limites e exclusões. Através da caridade e da oração, um dia, você chegará ao Céu!
Muito feliz e agradecido, o rei disse-lhe que suas respostas seriam o maior tesouro que deixaria ao príncipe do próximo reinado. Mas, quando quis entregar o ouro ao sábio, recebeu um último conselho:
– Dê tudo ao homem mais importante do mundo.
Portanto, você pode pensar que tem muitos defeitos, pode viver ansioso e irritado, mas não se esqueça que sua vida é o maior milagre do mundo e só você pode evitar que ela deixe de dar bons frutos. Sempre haverá muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
E na mesma palestra, ainda refletimos nesta mensagem:
“Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas e relacionamentos sem decepções. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas acabar com a tristeza! Não é comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Também não é ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. A felicidade não é simplesmente uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é ter coragem para ouvir um ‘não’ e ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar ‘eu errei’ e ter ousadia para dizer ‘me perdoe’. É, ainda, ter sensibilidade para expressar ‘eu preciso tanto de você’ ou ‘eu te amo’.
E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo, pois assim você será cada vez mais apaixonado pela sua existência e descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Use também as perdas para refinar a paciência e se inspire nas falhas para esculpir a serenidade.
Jamais desista de si mesmo e das pessoas que você ama. Use os obstáculos para abrir as janelas da inteligência e jamais desista de ser feliz.”
Eu desconheço o autor do texto, gostei muito dos conselhos, mas incluiria mais uma frase da primeira história: ‘Através da caridade e da oração, um dia, você chegará ao Céu!’
Paulo R. Labegalini: Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
Livros do autor: