Como já comentei antes, a evolução do Turismo no Brasil ainda está nos seus primórdios. Ainda falta muito aprimoramento, muita mudança de cultura, muitos investimentos e principalmente a percepção da sua importância como fator de desenvolvimento, por maior parte da iniciativa privada e principalmente pelo Poder Público. No Brasil, ainda andamos “a passos de tartaruga”. Felizmente está indo, devagar, mas a evolução está acontecendo. Na nossa região, por sorte nossa, temos vários fatores conspirando a favor. Além da nossa paisagem natural, nossas características climáticas e nossa posição geográfica estratégica, outros fatores impulsionadores estão presente de várias formas. A recente inauguração de um grande e moderno hotel em Itajubá, por exemplo, é um destes sinais.
Mas um fato que vem, cada vez mais se acentuando, é que alguns produtos típicos da região começam a ter destaque, pela sua própria essência e felizmente, também na mídia, já que o marketing é fundamental no Turismo. Alguém ainda duvida da importância capital do pé de moleque de Piranguinho, não só para aquela cidade como para toda a região?
Alí está um forte exemplo de “produto associado ao Turismo”. Toda vez que um produto típico de uma cidade ou região faz sucesso, chama a atenção, ele ajuda a desenvolver o Turismo. Em toda Minas Gerais isto já está sendo trabalhado, faz parte da política de Estado a ser aplicada através dos seus circuitos turísticos. O nosso (Caminhos do Sul de Minas) está fazendo a sua parte, está em plena campanha de divulgação desta estratégia para que o conceito seja entendido e mais “produtos associados ao Turismo” sejam usados não só como estratégia de divulgação, mas conseqüentemente acelerando a roda do desenvolvimento comercial e suas conseqüências normais, que o Turismo também se propõe e traz à reboque : desenvolvimento social, emprego e renda.
Sabará, por exemplo, criou o sistema “pegue e pague” com jaboticabeiras, funcionando como forma de produto associado ao Turismo. Na temporada devida, existem dezenas de casas catalogadas, em que se paga uma taxa para ficar meia hora no quintal, colhendo e chupando jaboticabas no próprio pé, muito turista vai lá só para curtir esta, mostrar aos filhos, tirar fotos, etc. Lá, a jaboticaba virou produto turístico.Monte Sião/Jacutingaé outro exemplo forte. As roupas de malha e lã, são a prova viva da força de produtos associados ao Turismo. O mercado de roupas promove aquelas cidades e conseqüentemente os demais atrativos turísticos (e comerciais) que elas e a redondeza possuem.
O recente festival “Café com Música”, emCristinaé outro exemplo típico, o produto café virou carro-chefe da propaganda turística da cidade, e o festival tem sido um sucesso maior a cada ano que passa.Maria da Fé, além da grande força e mídia advinda de seus artesãos e artistas plásticos, está acreditando e utilizandoas olivas e o azeitecomo produto associado ao Turismo.
Fica, portanto, o alerta aos empresários, produtores rurais e demais cidadãos, seus produtos, podem vir a fazer parte da roda do Turismo. A divulgação conjunta, das potencialidades (turística/comercial) é boa para todos. Seguindo esta linha, são inúmeras as possibilidades. Nós já temos várias marcas de cachaças cumprindo a sua parte, divulgando esta característica regional enquanto enaltecem as suas próprias.
Mas, com certeza, ainda temos muito potencial por aí. O circuito Caminhos do Sul de Minas está garimpando na região e pretende, posteriormente, usar as feiras que tradicionalmente já participa e outras que pretende promover, para divulgar a região para o Turismo, e quanto mais produtos associados ao Turismo tivermos para demonstrar, melhor será para todos. Através do Turismo a gente aparece, e a propaganda ainda é a alma do negócio.