A inclusão sempre foi um pilar fundamental da minha trajetória.
Desde cedo percebi que a diversidade é uma riqueza que fortalece nossas comunidades
e nos torna mais humanos.
Quando eu tinha 8 anos, minha saudosa mãe deu à luz minha irmã Luciene, a caçula dos
13 filhos, isso foi em 1982. Luciene tem paralisia cerebral, e há 41 anos, o que era a inclusão?
Era uma época em que não existiam políticas públicas adequadas, o preconceito era muito maior,
poucos profissionais que pudessem dar um maior suporte, zero acessibilidade, entre
outros…Não existia nem o teste do pezinho – Luciene tem 41 anos, é muito carismática, gosta de
cantar, assistir novelas e participar das missas.
Apesar das dificuldades, minha família aprendeu o verdadeiro significado do cuidado, da
paciência e da luta por direitos. Essa experiência me moldou como pessoa e me desenvolveu a
luta pela inclusão como um valor central em minha vida.
Mais tarde, tive a alegria e a honra de ser presidente da APAE de nossa cidade, e esse
período reforçou minha crença de que uma sociedade só é verdadeiramente justa quando
regular e valorizar as diferenças.
A inclusão não é apenas um dever social é uma oportunidade de crescermos como
indivíduos, como seres humanos e como cristãos.
Conviver com minha irmã foi, e é um aprendizado diário. Entender suas necessidades e
desafios me fez enxergar o mundo com outros olhos, com mais amor e responsabilidade.
As minhas perspectivas para as pessoas com deficiência é que hoje em dia tudo está com
muita clareza, mais informações e conhecimento, tudo vem melhorando.
Precisamos entender que antes da deficiência da limitação do laudo existe uma pessoa
e este deve ser nosso olhar.
Gostaríamos que todas as pessoas tivessem a oportunidade de estar nos ambientes e
lugares sem julgamento, sem discriminação e com as necessidades de movimentos livres, e que
todos tivessem acesso a saúde e a cultura como teatro, cinemas, viagens e outros
Por Vera Lucia de Souza Mouallem – irmã da Luciene de 41 anos que tem paralisai cerebral, mãe
de 3 filhos, ex-comerciante, ex-presidente da APAE de Itajubá, coordenadora da catequese da
Luz, atuante na causa da inclusão, participando da Pastoral da Inclusão Nacional e
Internacional, umas das idealizadoras da Missa Inclusão da Fé aqui em Itajubá, e em 2025 será
uma das vereadoras do nosso município.