Há anos os brasileiros buscam uma explicação dos motivos da queda acentuada de competitividade de nossa seleção brasileira de futebol. Alguns defendem a hipótese da falta de revelação de grandes craques, mas daqueles que faziam a diferença em campo e nas decisões. Outros dizem que os nossos jogadores são exportados logo que atingem a maioridade, pois a lei impede que saiam antes dos 18 anos. Há ainda outros mais saudosistas que acreditam que essa carência se faz presente em função dos campinhos de várzeas e terrão que não existem mais. Eu vou lançar aqui outra hipótese que também deve entrar na pauta de pesquisas para identificar quais os maiores motivos de nossa decadência futebolística: a qualidade dos técnicos brasileiros. Mas não que tenha caído tanto a qualidade de nossos técnicos, mas a evolução dos técnicos dos outros países. Embora antigamente fosse comum ter técnicos brasileiros no exterior, alguns técnicos ganharam títulos de menor expressão na Europa, outros ergueram troféus relevantes, mas em campeonatos periféricos e sem importância. Ricardo Gomes conquistou a Copa da França de 1998, no PSG, e a extinta Copa da Liga, no mesmo ano, com o time parisiense e com o Bordeaux, em 2007. Parreira ganhou o título turco em 1996 com o Fenerbahçe, Zico faturou o mesmo troféu em 2007 e a Copa do Rússia em 2009, no CSKA. Em 2011, Leonardo levou a Internazionale ao título da Copa da Itália. Mas o principal emprego era mesmo em países que estavam buscando evolução no futebol com os Emirados Árabes, Japão, China e América do Sul. Para ficar mais claro a situação dos técnicos brasileiros é só identificar internamente, quantos técnicos estão desempregados no Brasil. Quantos clubes da elite do futebol brasileiro estão utilizando técnicos estrangeiros. Aliás, para ficar mais escancarado ainda, vamos fazer uma análise nos três campeonatos mais importantes para os clubes brasileiros de elite e que já estão na fase semifinal e identificar quantos técnicos brasileiros estão participando:
Na Copa Libertadores da América não temos sequer um técnico brasileiro, sendo dois argentinos (Atlético Mineiro e River Plate), um Português (Botafogo) e um Uruguaio (Penarol). Na Copa do Brasil que é um torneio brasileiro, temos dois técnicos Argentinos (Corinthians e Atlético Mineiro) e apenas dois brasileiros (Vasco e Flamengo). No Brasileirão temos até o quinto lugar com apenas um técnico brasileiro (Tite do Flamengo) sendo dois Portugueses (Abel Pereira e Artur Jorge), e dois argentinos (Vojvoda e Zubeldia). Ao repensar o futebol brasileiro, o Brasil precisa urgentemente investir na formação de bons técnicos de futebol.
Pelo menos essa é a minha opinião!