A proposta inicial da reforma da Previdência pretendia aumentar para 25 anos o tempo de contribuição, mas o governo voltou atrás e manteve em 15 anos para trabalhadores da iniciativa privada. Para receber a integralidade do salário na aposentadoria, esse grupo precisa contribuir por 40 anos.
Marcos Melo afirma que essa faixa da população pode sofrer impacto, mas que a mudança é necessária para a manutenção do sistema. “Causa certo espanto, mas é preciso reconhecer que a Previdência é um determinado benefício que, em tese, se recebe por causa do acúmulo ao longo do tempo de contribuições que estão sendo feitas”, disse.
Para quem está em vias de se aposentar e já cumpriu todos os requisitos, as regras não vão mudar se a reforma for aprovada.
Rombo
A Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda apresentou recentemente os números relativos ao ano passado. De acordo com o balanço, o déficit previdenciário chegou a R$ 268,79bilhões, rombo 18% maior do que o registrado em 2016. O resultado é a soma dos prejuízos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos Regimes Próprios dos Servidores Públicos (RPPS) da União.
O economista do Departamento de Assuntos Fiscais e Sociais do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima, explica por que essa tendência demonstra a necessidade de reforma no sistema previdenciário.
“Nós temos um déficit previdenciário, ou seja, as despesas são maiores do que as receitas. Incluímos milhões de pessoas nos últimos 17 anos, aumentamos o valor do benefício de R$ 274 para R$ 1.200 nesse período e a duração do benefício aumentou em quatro anos. Ou seja, estamos incluindo mais pessoas, por mais tempo, com um valor maior”, disse o especialista.
Fonte: Agência do Rádio