Bijuterias de cápsulas de café expresso, carteira feira com jornal e até acessórios feitos com sobras de persianas. O que antes ia para o lixo, agora vira matéria-prima nas mãos de artesãos mineiros apoiados pelo Sebrae Minas. Essas e outras peças artesanais estarão sendo comercializadas durante a 28ª Feira Nacional de Artesanato (FNA). Nesta edição, o evento terá como tema “Reciclar, reaproveitar e reduzir”, será realizado de 5 a 10 de dezembro, no Expominas, em Belo Horizonte.Informações:www.feiranacionaldeartesanato.com.br
Este ano, 65 artesãos de Norte a Sul do estado, estarão comercializando seus produtos no estande do Sebrae Minas. Alguns deles produzem peças decorativas e utilitários domésticos feitos com materiais reaproveitáveis e/ou recicláveis. “O uso de resíduos e de práticas de produção que respeitem o meio ambiente são inovações que agregam valor às peças. Com sensibilidade, o artesão percebe que o resíduo pode virar arte. Uma arte diferenciada, que desperta grande interesse de compradores nacionais e internacionais”, justifica a analista do Sebrae Minas Sabrina Campos.
Nascida no Vale do Jequitinhonha, a aposentada Márcia Pinho, hoje residindo em Belo Horizonte, utiliza cápsulas de café expresso para fazer colares, brincos e pulseiras. “Apesar de dar muito trabalho para modelar, o recipiente feito com plástico e alumínio dá um efeito colorido e diferenciado às peças”, afirma Pinho.
Márcia é Microempreendedora Individual (MEI) e criou a Maxixe Bijuterias. A artesã também reutiliza para fazer suas peças: alumínio do fundo das latas de bebidas, embalagens plásticas de shampoo, cremes e determinados produtos de limpeza, pneus de bicicleta e retalhos de couro. “Além de não degradar o meio ambiente, o trabalho com material reaproveitado virou uma ocupação e complemento de renda”, explica a artesã.
Reaproveitar o que não tem mais serventia virou o desafio de um grupo de 16 artesãs da região rural de Betim, que também estará no estande do Sebrae Minas durante a FNA. Juntas, elas formam a Associação de Empreendedores do Artesanato Futurarte. Pelas mãos das artesãs, jornais, sacos de cimento e banners são transformados em bolsas, bandejas, relógios, cesto, vasos e pastas escolares.
Toda matéria-prima é doada pela comunidade e por empresas parceiras. As peças já foram vendidas para os Estados Unidos, Alemanha e França. Inclusive, uma carteira feita com jornal tecido no tear com chita, criada pelas artesãs da Futurarte, já foi vencedora de um concurso de design em Frankfurt, na Alemanha, pela inovação, criatividade e design. “Lá fora esse tipo de produto é muito valorizado. E nada melhor que presentear amigos e familiares no Natal com presentes originais e que foram feitos a partir do reaproveitamento de resíduos”, diz a coordenadora da Futurarte, Lorena Barbosa.
Já que a moda é reaproveitar, os 15 artesãos do grupo Pé da Linha da Associação Asprhofeirasti de Ipanema, no Leste de Minas, está no caminho certo. Os artesãos resolveram usar os retalhos de jeans que eram descartados pelas confecções da cidade para dar um diferencial às peças derichelieu. As sobras de jeans são bordadas comrichelieue viram jogos americanos, capas de almofadas e porta guardanapos. “Descobrimos que misturas de cores e texturas dão uma cara diferenciadas às peças. Atualmente, vendemos para Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro”, conta a presidente da associação.
E quem diria, até restos de persiana pode se transformar em bolsas e carteiras. A artesão Andrea Barbosa, da VicheMaria – Estilo, além de reaproveitar as sobras de tecidos, usa a persiana com muita criatividade. “Não é porque o produto é feito com material reaproveitado que ele não tem qualidade, muito pelo contrário. A questão sustentável pode agregar ainda mais valor a peça, basta o produto ter funcionalidade, qualidade e design”, complementa Andrea.
Fonte: Sebrae-MG