As Duas Portas

Quando você leitor compra um carro, já parou para pensar: Duas ou quatro portas? Hoje em dia aqui no Brasil não há porque se fazer essa pergunta. Não há motivos para adquirir um carro de duas portas. O carro de 2 e 4 portas são idênticos, com o inconveniente de ter de sair pra entrar alguém atrás, fora o contorcionismo deste para entrar no banco traseiro.

Então por que escrever sobre isso? Compre um quatro portas e ponto final!

Não, eu não quero! Então quem lê pensa: Quem escreve isso é completamente maluco, ou o que?

Qual pode ser o motivo de se comprar um carro com duas portas a menos? A resposta é simples: Visual. Quem não carrega pessoas não tem porque ter portas a mais. Então as versões de duas portas ficam para uma proposta de visual diferenciado. Aqui no Brasil não existe diferença (pelo menos não existe mais) entre o formato dos carros de duas e quatro portas. Até o formato dos vidros é idêntico nas duas versões.

Você já ouviu falar no Stilo duas portas? Provavelmente não, mas é o que os italianos têm. Um carro de visual completamente diferente do Stilo de quatro portas. E a lista dos carros não para por ai, entre eles, Astra (o nosso Vectra) também possui versões de duas portas; Civic onde toda a carroceria é diferente do modelo 4 portas. E nada disso vem pra cá.

Maior indignação vem ainda do fato de a algum tempo atrás ter sido possível escolher um carro diferente entre duas e quatro portas: O Chevrolet Opala. Quando quatro portas, apresentava-se como um sedã. Já a versão de duas portas era um cupê com traseira “fastback” como os esportivos americanos das décadas de 60-70, com o charme de não possuir coluna central nem moldura dos vidros das portas (fora o fato de o vidro traseiro descer, no mínimo incomum em carros de duas portas), o que este que vos escreve considera um primor (eu tenho um e por nada trocaria por um de quatro portas).

Ainda mais opções, no inicio da década de 90 oferecia a linha Civic, com um hatch de duas portas, um cupê também de duas portas, um sedã de quatro portas, e até um conversível de dois lugares (e lógico, duas portas).

Aqui, mais importante do que as duas ou as quatro portas é a opção de comprar um e outro, e com motivos. Não adianta comprar um de duas portas sendo que o de quatro é idêntico. Melhor comprar o de quatro portas, afinal, se precisar será mais pratico. Mas eu quero o de duas portas! E que seja diferente do de quatro portas!