Na minha adolescência, a harmonia da natureza causava-me admiração. Naquele tempo não era usual a expressão “equilíbrio ecológico”, que se popularizou nas décadas de 70 e, principalmente, 80. E aquela harmonia que observava ganhou esse contorno de equilíbrio.
Olhava o ciclo da chuva, com a vegetação que favorece a formação dos rios, cujas águas evaporam-se, condensam-se e precipitam-se, formando a chuva que vai favorecer novamente o desenvolvimento da vegetação, e assim por diante. Quando uma dessas etapas debilita-se — como no caso de devastação da vegetação —, o equilíbrio rompe-se, a harmonia desfaz-se, e as consequências, por vezes, são imprevisíveis.
Como uma grande engrenagem, cada parte tem um protagonista que cumpre seu papel.
Certa vez recebi pela internet um vídeo que mostrava, por meio de imagens, desde a pupila de um olho até as galáxias, passando pelo sistema solar, a Via Láctea e alcançando outras mais distantes. O que essas imagens me mostraram? Um movimento que evidencia a interação de diversos sistemas, cada um com sua própria engrenagem, garantindo o equilíbrio e a harmonia do universo.
À semelhança deste, observamos a precisa e preciosa engrenagem do corpo humano, constituído por seus diversos sistemas — respiratório, cardiológico, circulatório e nervoso, dentre outros —, que trabalham de forma harmônica e equilibrada. Nessa maravilhosa engrenagem, se há uma falha, seu funcionamento fica comprometido, do mesmo modo que o ciclo das chuvas acima relatado.
Navegando na Web, tomei contato com o estudo de dois cientistas que identificaram surpreendentes semelhanças entre as galáxias e a rede neural, tanto com relação à organização, quanto a sua constituição. Em ambos os casos, o que se observa refere-se ao aspecto físico de suas realidades.
A Logosofia descobre que podemos ver analogias do universo observável com outros aspectos que caracterizam o ser humano, ao apresentá-lo com uma conformação biopsico-espiritual.
Além do mecanismo biológico já citado, temos uma psicologia formada por três sistemas: mental, sensível e instintivo, os quais devemos conhecer para que possamos alcançar dentro de nós mesmos a harmonia a que nos referimos anteriormente.
Conhecendo os elementos constitutivos de cada sistema — o mental compreende as faculdades da inteligência e os pensamentos; o sensível, as faculdades sensíveis e os sentimentos; e o instintivo, a força energética que possibilitou e possibilita ainda, em determinadas circunstâncias, a nossa sobrevivência —, posso usá-los em prol do meu próprio aperfeiçoamento.
Esses três sistemas, junto com o espírito, parte divina que nos compõe, formam as fontes de energia que devem ser direcionadas de maneira consciente e inteligente rumo ao avanço a conhecimentos cada vez mais profundos acerca da vida e da existência.
E, nessa sublime tarefa de tornar a vida melhor por meio desses grandes conhecimentos, o espírito, como inspirador, acumulador de energia, perpetuador da existência e agente de enlace entre o homem e o Criador, tem papel fundamental.
É ele quem nos permite experimentar as mais sublimes sensações de ser e existir, além de nos impulsionar na busca do conhecimento, do bem, da verdade e do amor.
Um pensamento de José Augusto de Oliveira