No sábado passado, 08 de outubro, uma ponte que liga a Rússia à Criméia foi parcialmente destruída por uma violenta explosão, que matou 3 pessoas.
Essa não é qualquer ponte, e esse acidente não foi qualquer acidente.
A península da Criméia pertencia à Ucrânia até que um plebiscito convocado por Vladimir Putin, embora não reconhecido pela comunidade internacional, em 2014 anexou o território à Rússia.
Nem Rússia nem Ucrânia reclamaram a autoria dos atentados até quando escrevo esta coluna, mas autoridades ligadas ao Presidente Volodymyr Zelensky se manifestaram nas redes sociais em regozijo.
Este conflito está muito longe de nós e não nos afeta?
No mundo moderno, longe não existe mais. Uma bomba nuclear que explodir em qualquer parte do mundo, atinge com morte e destruição todo o planeta. Ninguém hoje está a salvo de uma catástrofe, mesmo que ela ocorra no outro lado do mundo.
No caso de Rússia e Ucrânia, novos lances se somam, e o último deles envolve nada menos que o prêmio Nobel da Paz de 2022.
Numa decisão inédita, o Comitê Norueguês do Nobel concedeu o cobiçado prêmio a instituições ativistas de Belarus, Ucrânia e Rússia, numa clara rejeição às estratégias totalitárias russas.
Ganham os Direitos Humanos? Certamente que sim. Mas o mundo se aproxima mais e mais de um confronto. Uma pequena faísca, um cochilo dos setores mais brandos internacionais, e a guerra nuclear, sempre tão temida, pode ocorrer.
Até onde iremos, como humanidade, nessa compulsão de autodestruição?
Nós só temos uma casa, esse planeta em que vivemos há milênios, e temos nos esforçado em destroça-lo incansavelmente…
Que força destruidora é essa que emerge e toma conta dos homens quando em grupo, que se transforma em horda?
Até onde o desejo de dominar nos levará?
Até quando não houver mais chão pra se pisar, alimento pra se colher, e nós nos transformemos numa lembrança de um projeto que não deu certo?