SÃO PAULO (Reuters) – Bancários do país cruzaram os braços nesta terça-feira em greve de 24 horas contra proposta de reajuste salarial dos bancos e ameaçam parar por tempo indeterminado a partir da próxima semana se não houver melhora na oferta das instituições financeiras.
Os cerca de 450 mil bancários dos país pedem reajuste salarial de 13,23 por cento, que inclui 5 por cento de aumento real mais inflação, informa a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Além disso, os trabalhadores querem participação nos resultados de 4 por cento do lucro líquido de cada banco.
A greve de 24 horas foi decidida depois que os bancos ofereceram na semana passada reajuste de 7,5 por cento que incluiu 0,35 por cento de aumento real.
A categoria ameaça parar por tempo indeterminado a partir de 8 de outubro se os bancos não fizerem uma nova proposta até lá.
“Se a Fenaban (entidade patronal) quiser saída negociada, ela tem que nos chamar e fazer uma proposta diferente para apreciarmos no dia 8”, afirmou Vagner Freitas, presidente da Contraf.
A associação que reúne os bancos do país, Febraban, não comenta a revindicação dos trabalhadores e informou que não fez um balanço de agências paradas. A entidade recomenda ao público o uso de canais alternativos de atendimento como Internet e correspondentes bancários em lotéricas e postos do correio que estão funcionando normalmente.
Na capital paulista, levantamento do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região afirma que 220 agências e pontos de atendimento não funcionaram com a paralisação de 10 mil funcionários.
“A paralisação foi um sucesso, com adesão da maioria esmagadora dos trabalhadores”, disse Freitas, sem especificar detalhes.
A entidade reúne 150 sindicatos de bancários espalhados pelo país que representam 90 por cento dos trabalhadores do setor, disse Freitas.
Fonte: Reuters