SÃO PAULO (Reuters) – No encalço da recuperação de última hora em Wall Street, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou a terça-feira em alta, depois de ter mergulhado para as mínimas em 17 meses durante o pregão.
O Ibovespa encerrou com valorização de 1,68 por cento, aos 49.228 pontos. No pior momento, o índice chegou a cair 4,45 por cento.
A volatilidade calibrou o giro financeiro, que atingiu 6,47 bilhões de reais, o maior em sessões regulares desde o final de julho.
O noticiário sobre o panorama norte-americano foi intenso.
Pela manhã, as ações da seguradora AIG chegaram a cair mais de 60 por cento, com o mercado temendo a insolvência da companhia. Em outra frente, o Goldman Sachs reportou queda de 70 por cento no lucro do terceiro trimestre. No meio da tarde, o Federal Reserve manteve o juro norte-americano em 2,0 por cento ao ano, contrariando previsões de muitos analistas que apontavam um corte.
“Mas, no final da tarde, acabou prevalecendo a avaliação de que se o Fed fez isso é porque se considera mais capaz de contornar a situação”, afirmou Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.
Já nos minutos finais dos negócios, as bolsas passaram a repercutir rumores –não confirmados– de que o governo norte-americano estaria preparando um pacote de ajuda à AIG.
Na Bovespa, o sobe-e-desce teve sempre como destaque as ações de empresas ligadas a commodities, as de maior liquidez.
NA COLA DE NY
Petrobras, que chegou a cair mais de 6 por cento, fechou o dia entre as melhores do Ibovespa, com avanço de 5,03 por cento, a 31,30 reais.
A queda do petróleo para o menor nível em sete meses não pesou sobre ações da Petrobras, mas acabou contribuindo para animar os papéis das companhias aéreas. Gol foi a melhor do índice, disparando 9,3 por cento, a 17,10 reais.
Para profissionais do mercado, enquanto não houver sinais de dissipação da crise, a tendência é a Bovespa seguir a volatilidade de Wall Street cada vez mais de perto.
“Como ainda não é possível saber a extensão da crise, os investidores estão se guiando pelo desenrolar dos acontecimentos”, disse Cristiano Souza, economista do banco ABN Amro Real.
Fonte: Reuters