
A relação entre Brasil e Estados Unidos, historicamente complexa, mergulhou em sua crise mais profunda e perigosa em décadas. O que antes se debatia como um risco hipotético, materializou-se em 2025 como uma política de Estado agressiva e direta. O atual governo de Donald Trump não apenas retomou a doutrina “America First”, agora com a nova roupagem denominada MAGA “Make America Great Again” que significa faça a América grande novamente. A partir daí o que vemos foi uma instrumentalização em uma ofensiva tarifária e diplomática sem precedentes contra o Brasil. Declarando as ações do governo brasileiro uma “ameaça inusitada e extraordinária à segurança nacional”, a Casa Branca desencadeou uma guerra híbrida que mescla protecionismo comercial com interferência direta em assuntos internos, gerando um cenário de instabilidade cujos impactos econômicos, políticos e geopolíticos já são sentidos e prometem redefinir o futuro do país no cenário global.
A análise dessa ofensiva, baseada nos fatos de meados de 2025, revela uma estratégia multifacetada que vai muito além de uma simples disputa comercial. Ela se estrutura sobre a imposição de tarifas punitivas, sanções a autoridades, pressão geopolítica explícita e a defesa de interesses políticos e corporativos específicos, forçando o Brasil a uma reação contundente em defesa de sua soberania.
1. O Ataque Tarifário: A Arma Econômica em Ação
O epicentro da crise foi o Decreto Presidencial (Executive Order) de 30 de julho de 2025. Com ele, o governo Trump impôs uma tarifa adicional de 40% sobre a maioria dos produtos de origem brasileira. Somada a uma taxa “recíproca” de 10% implementada em abril, a sobretaxa total chegou a 50%, entrando em vigor no dia 6 de agosto. A medida, de efeito imediato, abalou a previsibilidade das relações comerciais e colocou em xeque um fluxo de exportações de mais de 40 bilhões de dólares anuais.
Os alvos não foram aleatórios. Enquanto a ordem executiva isentou estrategicamente 694 produtos — notavelmente aeronaves da Embraer, suco de laranja, minério de ferro, petróleo e alumínio, setores onde a interrupção prejudicaria em muito a cadeia produtiva americana —, ela atingiu em cheio o coração do agronegócio brasileiro. Produtos como carnes, café, frutas e açúcar, que são a espinha dorsal da pauta exportadora para os EUA, foram diretamente impactados. O objetivo parece claro: causar dano econômico significativo em setores politicamente sensíveis.
A consequência imediata foi a perda de competitividade de produtos brasileiros no mercado americano. Exportadores se viram diante de uma escolha impossível: absorver o custo da tarifa, perdendo margem de lucro, ou repassá-la ao preço final, tornando-se inviáveis para os consumidores estadunidenses. Em resposta, o governo brasileiro lançou o “Plano Brasil Soberano” em 13 de agosto, um pacote de medidas emergenciais para aliviar os danos, incluindo o adiamento de impostos federais para as empresas mais afetadas e linhas de financiamento condicionais a manutenção dos empregos em diversos setores exportadores, demonstrando a seriedade do choque econômico.
2. A Justificativa Política: Interferência Direta na Soberania Brasileira
O que torna esta crise singular não é a tarifa em si, mas a justificativa oficial que a acompanha. A Casa Branca não invocou argumentos tradicionais de proteção à indústria ou segurança nacional em termos de defesa. Em vez disso, o decreto presidencial acusa o governo brasileiro de “perseguição política, intimidação, censura e assédio” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
Mais especificamente, a administração Trump alega que ações do Judiciário brasileiro, lideradas pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, contra a desinformação e atos antidemocráticos, estariam “prejudicando empresas dos EUA” e violando a “liberdade de expressão de cidadãos americanos”. A referência é direta às decisões judiciais que exigiram de plataformas de redes sociais americanas, como o X (antigo Twitter), a remoção de conteúdos e o bloqueio de contas investigadas por disseminar fake news e atacar o sistema eleitoral brasileiro.
Essa justificativa foi acompanhada por ações diplomáticas de uma agressividade inédita. O governo americano impôs sanções diretas ao Ministro Alexandre de Moraes, sob a lei Magnitsky — criada para punir violadores de direitos humanos —, e revogou vistos dele e de seus familiares. Trata-se de uma interferência flagrante e direta na soberania de outro poder constituído de uma nação democrática, utilizando a política comercial como ferramenta de coerção para influenciar decisões judiciais e proteger um aliado político específico.
3. O Efeito Colateral: O Brasil nos Braços da China e ao lado da Índia e da Rússia
A estratégia de Trump, concebida para encurralar o Brasil e forçar um alinhamento, está provocando o efeito exatamente oposto. Ao atacar a soberania brasileira de forma tão explícita, Washington acelerou um movimento estratégico que já estava em curso: a aproximação do Brasil com a China e o fortalecimento do bloco BRICS.
Analistas internacionais apontam que a ofensiva americana é, em parte, um recado a outras potências médias, como Índia e África do Sul, para que se afastem de iniciativas que desafiem a hegemonia do dólar e a ordem liderada pelos EUA. No entanto, a tática falhou de forma espetacular. A pressão externa gerou uma onda de união nacional no Brasil. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrentava desafios internos, viu sua popularidade crescer ao adotar uma forte retórica nacionalista, classificando as tarifas como “chantagem” e prometendo a defesa da soberania brasileira.
Mais importante, a crise turbinou a parceria estratégica sino-brasileira. Diante da hostilidade de seu parceiro histórico, o Brasil aprofundou seus laços com Pequim. O comércio bilateral com a China atinge níveis recordes em 2025, com a substituição da soja estadunidense pela Brasileira e a abertura do mercado chinês ao café brasileiro. As exportações de soja para o mercado chinês agora representam mais de 76% do total, criando uma interdependência que funciona como um escudo contra a pressão econômica americana. A China, por sua vez, condenou publicamente as tarifas, acusando os EUA de “coerção e intimidação”, e se posicionou como um parceiro confiável em um momento de incerteza. A crise, portanto, não apenas fortaleceu os BRICS, como também consolidou a China como a principal aliada estratégica do Brasil no novo cenário global.
4. O Futuro Incerto: Danos Econômicos e Realinhamento Geopolítico
A economia brasileira, inevitavelmente, sofrerá os impactos da guerra tarifária. Setores do agronegócio e da indústria que dependem do mercado americano enfrentarão perdas de receita, desemprego e cancelamento de investimentos. A instabilidade gerada pela crise afeta a confiança do investidor internacional e pode levar a uma maior volatilidade cambial e pressão inflacionária.
No entanto, o maior legado desta ofensiva não será puramente econômico. O ataque de 2025 ficará marcado como o momento em que os Estados Unidos, sob o governo Trump, trocaram a diplomacia pela coerção explícita, utilizando sua força econômica para intervir em assuntos domésticos de um dos seus principais parceiros no hemisfério. A confiança mútua, construída ao longo de décadas, foi severamente abalada.
Para o Brasil, a crise funciona como um doloroso, mas necessário, teste de estresse. Ela expôs a vulnerabilidade de uma dependência excessiva de parceiros voláteis e forçou o país a buscar, de forma acelerada, a diversificação de seus mercados e alianças. A resposta do governo brasileiro, com o plano “Brasil Soberano” e a intensificação dos laços com a China, sinaliza um novo caminho: o de uma política externa mais assertiva e menos disposta a se submeter a pressões externas. A economia brasileira pode sofrer no curto prazo, mas a longo prazo, a ofensiva de Trump pode ter sido o catalisador que empurrou o Brasil em direção a um novo e mais autônomo lugar no mundo.
o Brasil é, sem dúvida, um dos principais focos de interesse das grandes potências mundiais. No entanto, a expressão “a menina dos olhos” pode passar uma conotação de afeto ou favoritismo, o que ilustra, mas não é bem o caso. A realidade é mais pragmática e, por vezes, brutal. É mais preciso dizer que o Brasil é um ativo estratégico fundamental ou um pivô geopolítico cobiçado, cujo alinhamento pode influenciar o equilíbrio de poder global.
Vamos detalhar. Sim, o Brasil é um Ativo Cobiçado por Múltiplas Potências
Os motivos para o interesse intenso e crescente no Brasil são claros e se intensificaram nos últimos anos:
1. Potência de Recursos para um Mundo em Crise:
Segurança Alimentar: Em um planeta com cadeias de suprimentos rompidas (pela pandemia e guerras como a da Ucrânia) e uma população crescente, o Brasil é a maior potência agroambiental do mundo. A capacidade de produzir soja, milho, carne, café e açúcar em escala massiva torna o país indispensável para a segurança alimentar de nações como a China.
Transição Energética: O mundo busca abandonar os combustíveis fósseis, e o Brasil está em uma posição única. Possui vastas reservas de petróleo no pré-sal (importante na transição), mas, crucialmente, tem um potencial gigantesco para energias limpas: biocombustíveis (etanol), energia hidrelétrica, eólica, solar e, principalmente, o chamado hidrogênio verde. Países como a França e a Alemanha veem o Brasil como um parceiro essencial para suas metas climáticas e energéticas.
Minerais Críticos e Terras Raras: A nova economia digital e de alta tecnologia depende de minerais que o Brasil possui em abundância. Somos o maior produtor de nióbio, essencial para superligas metálicas, e temos reservas significativas de lítio, grafite, cobalto e, notavelmente, terras raras, que são vitais para a fabricação de baterias, turbinas eólicas, eletrônicos e equipamentos militares. EUA, China e União Europeia estão em uma corrida desesperada para garantir o acesso a esses recursos e diminuir a dependência de fontes únicas.
2. Um Mercado Consumidor Gigante e em Potencial:
Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil representa um dos maiores mercados consumidores do planeta. Empresas de tecnologia (EUA), de infraestrutura e telecomunicações (China), e de bens de consumo (França, Canadá, Índia) veem um potencial imenso de crescimento, especialmente se a economia brasileira continuar a se estabilizar e a renda da população aumentar.
3. Liderança Geopolítica e “Soft Power”:
O Brasil não é apenas um depósito de recursos; é um líder regional com voz ativa em fóruns globais como o G20 (cuja presidência o Brasil ocupa atualmente) e os BRICS. Sua posição de liderança na América do Sul e sua tradicional política externa de não alinhamento automático o tornam um parceiro influente. Além disso, como guardião da maior parte da Amazônia, o Brasil detém um poder de barganha imenso nas negociações climáticas globais.
Mas… O Interesse é Transacional e a “Briga” é Feroz
Aqui entra a parte crucial da sua pergunta. Esse interesse não é benevolente. As potências mundiais não querem o “bem” do Brasil de forma abstrata; elas querem garantir que seus próprios interesses estratégicos sejam atendidos.
1. O Brasil como Palco da Nova Guerra Fria (EUA vs. China):
A principal disputa pela influência no Brasil ocorre entre os Estados Unidos e a China.
Os EUA buscam manter sua influência histórica no hemisfério, promover a democracia liberal e, acima de tudo, conter o avanço chinês. A pressão americana é para que o Brasil limite a presença de empresas como a Huawei na infraestrutura 5G, desconfie de investimentos chineses em setores estratégicos (portos, energia) e se alinhe politicamente com Washington. O recente ataque tarifário do governo Trump é o exemplo mais claro: foi uma tentativa de coerção para forçar o Brasil a se curvar a interesses políticos e corporativos americanos.
A China, por outro lado, atua de forma pragmática. Como maior parceiro comercial do Brasil, seu foco é garantir o fluxo de commodities para sua população e indústria, e expandir seus mercados para tecnologia e investimentos. Pequim oferece financiamento e parcerias sem as “condicionalidades” políticas exigidas por Washington, o que atrai muitos setores no Brasil.
2. A Luta pela Influência Política Interna:
Você está absolutamente correto. A consequência direta dessa disputa é que as potências estrangeiras buscam ativamente influenciar a política brasileira para garantir que governos “amigáveis” ou “permeáveis” aos seus interesses estejam no poder. Isso não acontece necessariamente de forma explícita, mas através de:
Lobby e Relações Diplomáticas: Apoio claro a certos candidatos ou grupos políticos através de visitas de alto nível, declarações e acordos.
Investimentos Direcionados: Canalizar investimentos para fortalecer grupos econômicos e políticos alinhados aos seus interesses.
Guerra de Informação: Uso de mídias sociais e tradicionais para favorecer narrativas que beneficiem sua agenda e descredibilizem a agenda de seu rival.
O objetivo é sempre o mesmo: garantir um governo que facilite o acesso às riquezas naturais, abra o mercado consumidor com poucas barreiras e, no campo geopolítico, se posicione como um aliado, ou pelo menos não como um obstáculo.
Conclusão
Portanto, pode-se dizer que o Brasil não é “a menina dos olhos”, mas sim o tabuleiro principal do xadrez geopolítico no Atlântico Sul. Somos um prêmio disputado, não um favorito a ser mimado.
Todas as grandes potências estão de olho em nós, mas seu interesse é condicional e egoísta. A “briga” para influenciar quem está no poder é real e intensa, pois o grupo político que governa o Brasil tem a caneta para decidir quem terá acesso privilegiado a um dos territórios mais ricos e estratégicos do planeta.
O grande desafio para o Brasil é usar essa cobiça a seu favor, jogando de forma inteligente com os interesses conflitantes das potências para maximizar os benefícios para o seu próprio desenvolvimento nacional, sem se tornar um mero peão ou uma colônia de recursos para o projeto de poder de outros.
E por fim, trazemos um pouco de história para que se entenda que o que se passa hoje no Brasil não difere muito do que já vimos no passado e chamamos de Doutrina Monroe.
A Doutrina Monroe tem tudo a ver com a perspectiva de neocolonização, sendo a base ideológica que justifica a influência e, por vezes, a intervenção dos EUA na região, incluindo o Brasil.
Vamos dividir a resposta em duas partes: o que foi a doutrina originalmente e como ela se transformou em uma ferramenta de hegemonia.
1. O Que é a Doutrina Monroe?
A Doutrina Monroe foi uma política externa anunciada pelo presidente dos EUA, James Monroe, em 2 de dezembro de 1823. Em seu discurso anual ao Congresso, ele estabeleceu os seguintes pontos, que podem ser resumidos no famoso lema “América para os Americanos”:
Fim da Colonização: O continente americano não estava mais aberto a futuras tentativas de colonização por parte das potências europeias.
Não Intervenção Europeia: Qualquer tentativa da Europa de intervir nos assuntos das novas nações independentes da América (como o Brasil, que havia declarado independência em 1822) seria vista como uma ameaça à segurança e à paz dos Estados Unidos.
Não Intervenção Americana: Em contrapartida, os Estados Unidos se comprometeriam a não interferir nos assuntos internos dos países europeus ou em suas colônias já existentes.
Contexto Original: Naquela época, as nações da América Latina estavam lutando e conquistando sua independência da Espanha e de Portugal. Havia um temor real de que a “Santa Aliança” (uma coalizão de monarquias europeias como Rússia, Áustria e Prússia) pudesse ajudar a Espanha a reconquistar suas antigas colônias.
Nesse primeiro momento, a Doutrina Monroe foi vista com bons olhos por muitas das novas nações, incluindo o Brasil. Parecia ser uma garantia, oferecida pela potência emergente dos EUA, de que a soberania delas seria protegida contra o velho colonialismo europeu. Era, em teoria, um escudo.
2. A Transformação em Ferramenta de Neocolonização
O problema é que o lema “América para os Americanos” era ambíguo. Seriam os “americanos” todos os habitantes do continente ou, na prática, apenas os norte-americanos (estadunidenses)? A história mostrou que a segunda interpretação prevaleceu. A doutrina foi se transformando de um escudo para uma espada.
O Ponto de Virada: O Corolário Roosevelt (1904)
No início do século XX, o presidente Theodore Roosevelt adicionou um anexo à doutrina, conhecido como Corolário Roosevelt. Ele afirmava que, se um país latino-americano se mostrasse “instável, desordenado ou impotente”, os Estados Unidos tinham o direito e o dever de intervir como uma “potência policial internacional” para restaurar a ordem.
Essa foi a mudança crucial. A Doutrina Monroe deixou de ser uma política para impedir a intervenção externa e passou a ser a justificativa para a intervenção dos próprios EUA. A lógica era: “É melhor que nós intervenhamos do que deixar que os europeus tenham um pretexto para fazer o mesmo”.
A Doutrina Monroe e a Neocolonização do Brasil:
É aqui que a conexão se torna explícita. A neocolonização não se dá pela ocupação militar e administração direta (como o colonialismo clássico), mas sim pelo controle indireto através da influência econômica, política, cultural e corporativa. A Doutrina Monroe, especialmente após o Corolário Roosevelt, tornou-se a justificativa ideológica para essa prática.
Os EUA usaram a doutrina para garantir que a América Latina se tornasse sua “zona de influência” econômica. Isso se manifesta através da pressão para que países como o Brasil abram seus mercados para empresas americanas, adotem políticas econômicas favoráveis a Washington (muitas vezes através de órgãos como o FMI) e garantam o acesso a recursos naturais estratégicos.
Durante a Guerra Fria, a Doutrina Monroe foi adaptada para combater a “ameaça comunista”. A “intervenção europeia” foi substituída pela “intervenção soviética”. Sob essa justificativa, os EUA apoiaram (financeira e logisticamente) o Golpe Militar de 1964 no Brasil, pois viam o governo de João Goulart como uma ameaça de esquerda em seu “quintal”. A soberania brasileira foi violada em nome da manutenção da hegemonia americana na região.
Os fatos recentes que discutimos anteriormente são a versão moderna dessa doutrina. Quando o governo Trump impõe tarifas punitivas ao Brasil, justificando-as com a “defesa da liberdade de expressão” de empresas americanas e a “perseguição política” a um aliado ideológico, ele está agindo exatamente como a “potência policial” prevista no Corolário Roosevelt. É uma intervenção direta em assuntos judiciais e políticos de um país soberano, usando a força econômica como arma.
Conclusão:
A Doutrina Monroe nasceu como uma promessa de proteger o continente do colonialismo europeu, mas foi pervertida ao longo do tempo para se tornar a principal justificativa para a hegemonia dos EUA nas Américas. Ela fornece a base histórica e ideológica para ações que hoje são claramente identificadas como práticas neocoloniais: a dominação não pela força das armas diretas, mas pela pressão econômica, pela influência política e pela imposição de seus interesses estratégicos sobre a soberania de nações como o Brasil.
Cuidem de suas finanças. Vivemos em tempos de incerteza e insegurança econômica. Até breve!
Autores: Prof. Dr. André Luiz Medeiros e Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo
Grupo Denarius