Apenas na primeira metade do ano passado, o Google recebeu quase 400 pedidos de retirada de material divulgados por meio de seus servidores. No entanto, ao contrário do que fora divulgado na semana passada, esses dados não se resumem, necessariamente, aos textos jornalísticos.
Segundo informa o Estadão, nenhum outro país no mundo registrou tantos pedidos no mesmo período. No caso do Brasil, esses pedidos se referem, em sua maioria, a conteúdos abusivos ou ilegais.
Consta também que, no final das corridas eleitorais, juízes brasileiros emitiram 21 pedidos de censura, segundo uma pesquisa do Knight Center of Journalism, do Texas (EUA). Além disso, muitas agências de notícias foram multadas ou foram obrigadas judicialmente a remover conteúdos.
“Esse quadro mostra que a censura e a autocensura, que vem junto, estão atingindo níveis muito sérios no Brasil”, afirma Carlos Lauria, do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que divulgou um relatório sobre os Ataques à Imprensa em 2010 durante encontro promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
“Nossos levantamentos apontam 44 jornalistas mortos em serviço, no ano passado, e 145 presos, em todo o mundo”, revelou.
O mais grave no relatório da CPH foi a constatação dos novos artifícios dos governos para impedir a atuação da imprensa, como enquadrar os jornalistas em crimes de outra ordem.
Na América Latina, por exemplo, o enquadramento em outros tipos de crime não afeta tanto a rotina jornalística, mas a censura judicial e a autocensura, quando narcotraficantes – como no caso do México – intimidam jornalistas diretamente, o que acaba por limitar a atuação dos repórteres.
Fonte: Portal IMPRENSA