A realidade do Brasil hoje é de crise. O baixo volume de chuvas nos últimos anos, o aumento do consumo de energia e o mau planejamento na construção de hidrelétricas e diversificação da matriz acabaram por criar um cenário onde há falta d’água e deficiência no fornecimento de energia. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, admitiu possibilidade de racionamento caso os reservatórios fiquem abaixo de 10% e para evitar o risco real de apagão, a sugestão é a racionalização do consumo.
Segundo o especialista e professor Luiz Augusto Horta o quadro atual era completamente previsível. Ninguém que tenha acompanhado a evolução do cenário brasileiro teria dito que essa é uma situação surpreendente. Lamentavelmente o Governo em 2014 estava mais preocupado com as eleições e manteve uma posição de absoluta tranquilidade quando o quadro já era preocupante, explica.
O que se vê hoje é uma combinação perfeita de fatores, se reuniu em um único momento tudo o que poderia acontecer de desfavorável ao país.
A fórmula inclui falta d’água, que reflete não apenas no abastecimento de água, mas também na geração de energia elétrica por conta das hidrelétricas, e também inclui a geração de energia elétrica usando combustíveis poluentes que são pouco eficientes e não deveriam estar funcionando da maneira como estão, acarretando portanto em um custo de produção muito elevado. Some a isso a situação da Petrobras que também é bastante grave e o cenário de crise está montado.
Para Luiz Augusto as medidas que estão sendo tomadas estão na direção correta, mas falta ainda a presidente demonstrar seu apoio à elas, pois o respaldo é imprescindível para que elas tenham efeito. No quadro de energia o país que sempre se baseou na geração limpa se voltou para as termelétricas poluentes e mais caras quando possui centrais eólicas que poderiam estar em operação, as não estão porque as linhas de transmissão não foram construídas.
Para resolver a situação é preciso sair da ilusão de que está tudo bem. É preciso dizer para as pessoas que energia pode ser utilizada com mais racionalidade, com equipamento e hábitos corretos. O racionamento de água e o racionamento de energia já são uma realidade considerada para o futuro e toda a crise vai refletir no bolso do consumidor com o aumento das tarifas na água, luz e combustível.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM