Essa semana, um termo que era muito utilizado no passado, mas pouco falado no presente, voltou á ser gritado pela torcida do Botafogo. Trata-se do termo “mercenário”. Diz o dicionário que o termo “é um substantivo masculino que significa interesseiro, aquele que somente faz algo por dinheiro ou pelas vantagens que esse trabalho pode lhe trazer”. No passado com aquela cultura amadorista e romântica do futebol, onde tudo era pelo amor e a paixão, qualquer situação em que se colocava a questão do dinheiro nas decisões e escolhas se classificava as pessoas nessa categoria. Hoje com a profissionalização, essa ideia não existe mais no futebol de elite. O agora ex-técnico do Botafogo Luís Castro foi contratado quando o Botafogo foi campeão da serie B, substituindo o então técnico campeão Anderson Moreira com excelente campanha. Com um salario muito maior, Luiz Castro não veio somente para aumentar a folha de pagamento, mas em função do dono da SAF John Textor entender que Anderson Moreira não tinha o perfil para trabalhar em um clube multinacional. Esse empresário americano comprou 90% das ações do Botafogo como um investidor para ganhar retorno desse investimento através do Botafogo futebol e Regatas. É certo que não foi por amor, pois de longe nunca acompanhou e torceu pelo time que comprou. Suas ações e decisões sempre foram pautadas pelo resultado financeiro na qual inclui a necessidade de ganhar jogos, campeonatos e assim aumentar as receitas vindas das participações de diversas origens, pois time que não vence, não trazem receitas diretas e indiretas dos torcedores. Vejam que esse perfil de profissional se enquadra perfeitamente na definição de mercenário, embora não vejo nada de errado nas intenções e execuções desse grande empresário. Já o Técnico Luís Castro que iniciou no Porto de Portugal e já tinha outros trabalhos realizados na Europa, chegou com muita dedicação (como é de praxe dos técnicos portugueses), com um inicio muito conturbado no campeonato carioca e mantido pela sua diretoria, faz uma campanha sensacional, gerando uma altíssima relação custo beneficio do elenco por ele liderado. Ao receber uma proposta considerada irrecusável nos árabes, onde receberá quatro vezes mais a e ainda com possibilidade de ganhar uma mansão após dois anos de contrato, o técnico aceitou a proposta e deixou o time na liderança isolada do campeonato. Quem será mercenário nessa questão? O empresário John Textor ou o técnico Luís Castro? Se buscarmos pela definição do dicionário, ambos são mercenários, mas de maneira ética, legal e natural, pois ambos buscam retorno financeiro através de suas habilidades e competências. Aliás, poderíamos também fazer a seguinte afirmativa: ou são mercenários ou são otários.
Pelo menos essa é a minha opinião!