Começando pelos momentos que deixaram sentimentos de grande felicidade na infância, eu citaria: o dia em que ganhei um radinho de pilha de meus pais – eu passava quase o dia todo ouvindo música e esporte; os torneios de jogo de botões – eu era bom nisto; o convívio com minha irmã na sala da nossa casa em São Paulo – brincando com objetos simples e divertidos; os jogos de futebol de rua no bairro – pés descalços e bola de borracha; e o dia em que recebi o diploma do primário – medalha no peito e elogios da professora.
Passando para aspectos pessoais de alegria no passado, eu me recordo: quando comecei a namorar a minha esposa; quando fui aprovado no vestibular; quando comprei o meu primeiro carro, um Passat lindo; quando recebi alta do hospital em Campinas após dois meses internado; e a noite em que o Palmeiras ganhou o título de Campeão da Libertadores da América em 1999.
No lado profissional, só tenho boas lembranças; entre elas: o primeiro dia como professor da EFEI; ao pegar nas mãos o livro Mecânica Geral e ver o meu nome escrito na capa; ao defender a minha tese na USP; ao ser convidado para atuar na Pró-reitora de Cultura e Extensão e poder aliar trabalho com caridade; e ao presenciar os felizes resultados do Projeto Natal no Campus em cada ano.
Em família, tenho que destacar: o nascimento de cada filho; o dia em que disse à minha esposa que nunca mais brigaríamos; a missa de bodas de prata celebrada pelo Pe. José Maria; a aprovação no vestibular de meu filho Alexandre; e o nascimento da Luísa, minha querida neta.
Finalmente, pensando nos aspectos religiosos, como foram bons estes momentos: gravação do nosso primeiro CD; entrevistas na Tribuna Independente da Rede Vida; primeira reunião na Pastoral Familiar da Comunidade Nossa Senhora do Sagrado Coração; convite para fazer o Cursilho de Cristandade; e o sonho realizado de publicar ‘Minha Vida de Milagres’ – onde conto outros importantes momentos e graças que recebi da Virgem Maria.
Na verdade, relatei muito mais do que 25 momentos de felicidade, já que citei os nascimentos dos meus três filhos, todos os programas de TV que participei, além de torneios etc. Agora, melhor pensando, também citaria outros: quando me tornei monitor do Hermeto na engenharia; quando comprei nossa casa; quando servi o altar pela primeira vez como Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística; enfim, Deus é muito bom comigo! Vaidades à parte, sempre é bom servi-Lo na construção de um Reino novo.
Esta história dará sentido a tudo o que escrevi:
Dois irmãos gêmeos seguiram caminhos diferentes nos estudos: um foi para o seminário e o outro se dedicou a artes cênicas. Anos após exercerem as atividades de cada vocação, resolveram passar uma semana juntos.
Primeiro, o padre foi assistir uma peça de teatro em que o irmão era o ator principal. Ficou impressionado com a quantidade de pessoas pagando ingresso e aplaudindo de pé no encerramento. Sucesso total!
Depois, viajaram para a cidade do outro, onde o padre celebraria uma missa na sexta-feira. Pouca gente participou da Celebração da Eucaristia, quando o sacerdote fez uma linda homilia, falando da ressurreição. E na mesma noite, durante o jantar, o padre comentou com o irmão:
– Puxa, no teatro havia centenas de pessoas e, na igreja, muito pouca gente. Você tem explicação para isso?
– É claro que tenho – respondeu o ator. – Na peça que encenei, falamos muitas mentiras e, na missa, só se diz verdades. Infelizmente para a evangelização cristã, poucos gostam de vestir a carapuça pelos pecados que cometem e, em vez disso, preferem pagar para ver ficções.
Pior que é verdade! Se as pessoas fizessem as duas coisas, rezando e divertindo-se, ótimo; mas a maioria despreza a responsabilidade missionária que Deus lhe deu. Falar em ‘amar como Jesus amou’ assusta mais do que histórias do inferno! E como são bons estes cinco momentos na missa: pedir perdão; cantar louvores a Deus Trino; escutar a Palavra; viver a transubstanciação de pão e vinho em corpo e sangue de Cristo; e recebê-Lo na comunhão! E mais: aprender com as ricas reflexões do sacerdote; poder oferecer a própria vida; desejar a paz ao irmão; rezar pelas intenções pessoais e da Igreja; cumprir o intransferível dever cristão da semana; além de melhor aprender a amar com as bênçãos instantâneas recebidas.
Quem dá valor à Eucaristia e se alimenta do Corpo e da Palavra de Deus, não precisa se apressar em contar outros cinco momentos de felicidade que estão por vir. Aliás, pode parar de contar no ‘número quatro’, porque o quinto será no Céu.
Fique em paz!