Um sujeito lembrou que era o dia do aniversário da filha e que ainda não havia comprado um presente. Então, entrou numa loja e perguntou à vendedora:
– Quanto custa uma boneca Barbie?
– Depende – respondeu ela. – Temos: Barbie vai à academia, Barbie joga vôlei, Barbie vai às compras, Barbie vai à praia, Barbie vai dançar e Barbie divorciada.
– Tem diferença nos preços?
– A Barbie divorciada custa R$ 265,95 e as outras custam apenas R$ 39,95.
Ele se assustou com o preço da primeira boneca e perguntou:
– Mas, por que a divorciada é tão mais cara que as outras?
– Meu senhor, a Barbie divorciada vem com: o carro do Bob, a casa do Bob, a lancha do Bob, o trailer do Bob, os móveis do Bob e o celular do ex-marido Bob!
Bem, isto é apenas uma brincadeira da internet, mas sabemos que casos como este existem. Na separação de casais, muitos problemas acontecem e nem sempre o bom senso prevalece. Não me refiro somente à partilha de bens, mas, sobretudo, ao amor que deixou de existir.
Compreendo que o desejo dos cônjuges em ficar juntos possa ter acabado, porém, um não precisa ser inimigo do outro. Na intenção de ver o parceiro sofrer, a pessoa má intencionada começa perder a graça de Deus em sua própria vida. Jesus ensinou: reze pelos seus inimigos.
É simples entender que o amor é um dom gratuito que recebemos no Batismo e não temos o direito de aprisioná-lo. Quando abrimos o coração e o disponibilizamos ao irmão que sofre, se torna caridade. E a verdadeira caridade é aquela que tem sentido de compaixão – como Cristo praticou.
Não basta eu ter pena de alguém; se não acolho o sofrimento do próximo no coração e não me entrego na ajuda que ele precisa, fico distante da solução do problema. Ao adoecer um parente próximo, por exemplo, não nos envolvemos até o pescoço? Pelo menos um pouco desse amor deveria ser compartilhado com outros irmãos de fé, não acha?
Mas, quando entra o bendito dinheiro na história, quase tudo muda de figura. Temos em mente que: não vou repartir aquilo que ganhei com o meu suor; ao pobre dou apenas algumas moedinhas; não pagarei dízimo à Igreja etc.
Voltando a falar do divórcio, o dinheiro também é uma das maiores causas dos conflitos, principalmente durante e após a separação. Quem é rico, se apega tanto aos bens que parece ter medo de ficar pobre! Quem não tem muito, parece que quer deixar o parceiro na miséria! Será tão difícil entender que Deus deu a ambos – juntos! – a graça de possuírem alguns bens materiais aqui na Terra? Por que um precisa fechar a porta para o outro? E quem cuida da tristeza dos filhos quando cada um só pensa em si?
Hoje em dia, casais separados são comuns em nosso meio. Mesmo com aconselhamento que ‘a união se deu para sempre’, a Igreja Católica os acolhe com carinho e os orienta a perseverar na fé. Para isso, algumas reflexões de vida precisam periodicamente acontecer, como nesta história que já contei nesta coluna e revivi na reunião de Ministros da Comunhão Eucarística na semana passada.
Um grupo de jovens formados e bem estabelecidos em suas carreiras decidiu visitar um velho professor da faculdade que sempre serviu de inspiração para eles. Durante a visita, o bate-papo se transformou em reclamação sobre o estresse em seus trabalhos e relacionamentos.
Ao oferecer chocolate quente a seus ex-alunos, o professor foi à cozinha e retornou com uma jarra cheia da bebida e com grande variedade de canecos. Alguns eram de porcelana, outros de vidro e de cristal, uns simples, outros caros e bonitos, e até alguns bem feios. Então, ele os convidou a se servirem da bebida.
Quando todos já estavam com o chocolate quente em mãos, o professor compartilhou seu pensamento:
Percebam que os canecos caros e bonitos foram os escolhidos, e que os simples e baratos foram deixados na mesa. Embora vocês achem normal desejarem os melhores para si, é aí que está a fonte dos problemas. O caneco no qual cada um está bebendo não acrescenta nada à qualidade da bebida; na maioria das vezes ele é apenas mais caro ou esconde o que se está bebendo. Vocês não queriam os canecos, apenas chocolate, mas inconscientemente escolheram os melhores.
Agora, por favor, considerem o seguinte: a vida é o chocolate quente; o emprego, o dinheiro e a posição na sociedade são os canecos – apenas ferramentas que fazem parte da vida. Às vezes, ao concentrarmos somente no caneco, deixamos de saborear o chocolate que o Céu tem nos ofertado. Lembrem-se sempre disto: Deus provê o chocolate; Ele não escolhe o caneco!
As pessoas mais felizes não são as que têm o melhor de tudo, mas as que fazem o melhor de tudo que têm. Viva simplesmente, ame generosamente, cuide-se imensamente, fale bondosamente e deixe o resto com Deus. Os mais ricos não são os que têm mais, mas os que precisam de menos.
Agora, aproveite você também, leitor, seu chocolate quente!