Um gesto que chamou atenção e gerou polêmica nos Jogos Olímpicos Rio 2016 foi a continência de alguns atletas brasileiros no pódio durante o hasteamento da bandeira. Segundo o Coronel Odair Pereira, comandante do 4º Batalhão de Engenharia de Combate, o debate gira em torno de o cumprimento militar ser ou não um gesto político e se os atletas perderiam a medalha caso isso seja comprovado.
O comandante explica que alguns esportes olímpicos são também esportes militares e conta que de uma maneira específica, existem os Jogos Mundiais Militares, sediados também no Rio em 2011. Isso significa que essas competições são de interesse militar e existe um componente político por trás disso: a demonstração de supremacia até no esporte.
Com o objetivo de reforçar a delegação brasileira nos Jogos Militares, o projeto Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) foi criado pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério do Esporte em 2008, garantindo recursos para contratação e treinamento dos atletas.
O programa trabalha tanto atletas que são militares quanto atletas de alto nível contratados para complementar as Forças Armadas. A partir da contratação o atleta terá a sua disposição estruturas de alto nível para treinar, além de receber o soldo de terceiro sargento. Despesas com viagens e outras diárias para competições também são pagas pelo Exército, conta o Coronel Odair Pereira.
Os atletas ficam até oito anos no Exército e as contratações são feitas via edital, com análise de currículo esportivo. O foco principal é que os atletas pudessem competir como atletas militares.
O gesto de continência é um gesto de respeito à bandeira. Os atletas não são obrigados a prestá-la.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM