Em entrevista ao Conexão Itajubá nesta segunda-feira (10) o Tenente-Coronel Alexandre Nocelli, comandante do 56º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais (56º BPMMG), falou sobre o panorama de Itajubá e Região principalmente no que diz respeito ao tráfico de drogas.
O Tenente-Coronel trata o problema por praga e conta que hoje a droga tomou pequenas, médias e grandes cidades, invadindo e envenenando famílias. Mães aflitas acorrentam os filhos dependentes de crack para que eles não usem a droga. “A droga é uma praga que encontrou espaço nessa sociedade carente de amor, de carinho de afeto, de civilidade e de deveres”, frisa.
Muitas vezes o que se vê são várias discussões sobre a criança e o adolescente, “Criança não pode trabalhar”, mas é preciso que ela se ocupe como aprendiz que seja (como a legislação permite), senão quem vai ocupar esse tempo e espaço é a droga.
A Polícia Militar tem combatido o tráfico de drogas na forma de um trabalho em rede, buscando além da droga, a sua origem e assim, minimizar a chegada dela nas cidades. Nocelli ainda aproveita para agradecer o esforço dos seus policiais que mesmo sob ameaça continuam com o trabalho de combate às drogas e afirma, todo dia a Polícia Militar tem ocorrências de trafico de drogas em Itajubá.
Aproveitando a oportunidade, Nocelli pede à população que continue denunciando e colaborando com a Polícia Militar que tem atuado em conjunto com a Polícia Civil de forma combativa na cidade.
Também tem sido feitas muitas Operações Divisa Segura. Neste final de semana não houve prisões relativas ao tráfico de drogas, no entanto foram realizadas operações de cunho preventivo, principalmente ligadas ao trânsito e com resultado muito positivo.
Operações Lei Seca aconteceram nos finais de eventos na cidade e três prisões foram efetuadas no final de semana.
Sobre as ocorrências de menores envolvidos no tráfico de drogas, o Tenente-Coronel diz que esse é um grande desafio e cita um jovem que já foi apreendido 19 vezes em Itajubá. A Lei brasileira não permite que se trate um menor de idade como um adulto e o que se vê são jovens se aproveitando dessa situação para cometer atrocidades contra a sociedade. Tal realidade, inclusive, tem gerado polêmica já que se pensa em reduzir a menoridade penal.
Alexandre Nocelli diz pensar que a solução para o problema caminha na educação. Ele diz que é preciso cuidar das crianças para evitar problemas com os adultos e também que, mesmo com essa situação, a Polícia não desanima, “se for preciso apreender 50 vezes, o menor será apreendido 50 vezes”, afirma. “Infelizmente o menor que já se encontra na vida de crime dificilmente retrocede para uma vida de bem e quando ele completar a maioridade, nós estaremos lá”.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM