Na teoria, isso funciona bem e acredito que dificilmente alguém discordaria, mas, na prática, a realidade muda completamente. Ao invés das pessoas preencherem seus corações com sentimentos de amor, reservam espaço para o egoísmo, a vaidade e a ambição. Então, os frutos desses pecados serão: a exclusão, a inveja, a mentira, o consumismo, a raiva etc.
Sem falar de religião é quase impossível convencer alguém a valorizar o amor ao próximo em qualquer circunstância; por isso, dizemos que ‘quem não se aproxima de Deus por amor, vai pela dor’. E quanta gente precisou chegar ao fundo do poço para crescer em espiritualidade! Conversando com um amigo esta semana, eu disse que todos os seus problemas de relacionamento no casamento acabariam se fizesse o cursilho. Ele me respondeu que o matrimônio já está quase no fim e fica difícil recomeçar.
De minha parte, continuarei insistindo e rezando, porém, não posso forçá-lo a fazer o que não quer. Fico triste nesses casos porque tenho certeza que, se aceitasse ajuda espiritual, tudo se resolveria em pouco tempo e poderia experimentar a verdadeira felicidade em família. São situações que podem não ter um final feliz sem um adequado início na fé cristã.
“Aquele que come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”, disse Jesus (Jo 6,55). Que exemplo maravilhoso de um bom começo para chegarmos a um resultado maravilhoso, concorda? Acontece que também o percurso é fundamental para nos salvarmos. Por exemplo: você começa a se desculpar quando precisa praticar o terceiro Mandamento, ou empaca já no quinto Pecado Capital?
Recordando, eis os Sete Pecados Capitais: Gula, Avareza, Soberba, Luxúria, Preguiça, Ira e Inveja. E os Dez Mandamentos:
1º – Amar a Deus sobre todas as coisas
2º – Não tomar o seu santo Nome em vão
3º – Guardar domingos e dias de festa
4º – Honrar pai e mãe
5º – Não matar
6º – Não pecar contra a castidade
7º – Não furtar
8º – Não levantar falso testemunho
9º – Não desejar a mulher do próximo
10º – Não cobiçar as coisas alheias
Tenha convicção de que não é preciso ser santo para se comprometer com tudo isso, basta acreditar nas promessas de Cristo. E se o seu problema não é deixar de cumprir o quinto Pecado Capital, nem o terceiro Mandamento, então, está sempre lendo a Bíblia e ouve atentamente a Palavra de Deus nas missas, certo? Se isto for verdade, não me resta muito a dizer, aliás, tenho muito a aprender com você.
Mas, se não for bem este o seu caso, concordo que fugir das tentações não é muito fácil, contudo, existem meios que nos ajudam a evitá-las. Antes de fechar o assunto, deixe-me contar uma pequena história:
Num imenso castelo, havia um velho trancado no porão – amargando uma pena perpétua. Todos os dias, quando o guarda da noite passava pelo corredor, o pobre velho lhe implorava clemência, dizendo que era inocente e que já não aguentava mais aquela triste e impiedosa solidão.
Comovido com a dor do prisioneiro, o guarda resolveu secretamente soltá-lo. Assim que foi aberta a porta do cárcere, o velho se transformou imediatamente em Satanás e partiu para infernizar a vida de famílias da região.
Inconformado com a maldade praticada, o guarda passou a caçá-lo por toda parte durante o resto de sua vida, até conseguir aprisioná-lo novamente no porão do castelo. E, já velho para continuar no trabalho, o redimido guarda resolveu então se aposentar, mas primeiro recomendou ao seu sucessor que jamais soltasse o perigoso prisioneiro.
E o novo guarda foi sendo tentado pelas lamentações do encarcerado até que acabou libertando-o também. Quando percebeu que fora enganado, passou vários anos perseguindo o destruidor das famílias cristãs. E de guarda em guarda, mentira em mentira, esta história até hoje não tem um final feliz.
Agora, pense por um instante: você já fez o papel de um desses guardas da história? Eu também já me ‘vesti de guarda’ e libertei Satanás várias vezes, mas precisamos continuar insistindo em ajudá-lo em suas maldades?
De minha parte, procuro mantê-lo bem preso num lugar onde quase nunca preciso chegar perto. E sabe qual é o meu segredo para ficar longe desse terrível inimigo? É simples: trabalho sempre contra os seus objetivos para deixá-lo bem furioso; assim, evito vê-lo com ‘pele de cordeiro’ – como o via quando fazia o papel de ‘guarda do castelo’. Imagine o estrago que ele faria na minha família se lhe desse a liberdade que deseja!
Eis alguns conselhos que lhe dou para não ser atacado pelas forças do mal: comece rezando um pouco mais, continue participando das celebrações na Igreja, faça caridade e, como recompensa, verá a face de Jesus Cristo um dia. Este sim será um final feliz!