O início da temporada no futebol brasileiro normalmente é marcado por zebras nos estaduais, péssimas atuações e muitas vezes quedas de treinadores de equipes tradicionalmente dominantes do cenário nacional.
Tamanha queda de desempenho entre uma temporada e outra pode ser explicada por alguns fatores, como por exemplo, a instabilidade administrativa enfrentada por muitos clubes brasileiros que passam por mudanças nas suas diretorias no final do ano, com eleições ou trocas de comando, resultando em novas gestões ainda em processo de adaptação.
A falta de planejamento a longo prazo e a pressão por resultados imediatos muitas vezes também levam a decisões precipitadas, como a contratação de técnicos sem um projeto definido, a montagem de elencos desequilibrados e a demissão de técnicos com pouco tempo de trabalho.
Outro fator relevante é o desgaste físico dos jogadores. O calendário do futebol brasileiro é conhecido por ser extremamente congestionado, com uma grande quantidade de jogos em um curto espaço de tempo. A falta de um período adequado de descanso e preparação física pode levar a lesões frequentes e a um desempenho abaixo do potencial, afetando diretamente os resultados em campo.
A globalização do futebol também tem influenciado o cenário brasileiro. Com o aumento da atratividade de ligas estrangeiras, como as da Europa, Arábia Saudita e até mesmo dos Estados Unidos, os grandes clubes brasileiros têm perdido seus principais talentos cada vez mais cedo. Nos últimos anos, essa tendência parece ter se intensificado, deixando as equipes nacionais com elencos repletos de jovens inexperientes ou jogadores em fim de carreira, gerando um grande desequilíbrio nas equipes que precisam competir em alto nível.
Por fim, as fracas atuações das grandes equipes do futebol brasileiro no início de temporada, também tem uma grande contribuição por parte dos jogadores, pois suas exigências de salários cada vez maiores e a rede de profissionais ligados à saúde e performance disponíveis hoje, exigem um comportamento mais profissional e um melhor desempenho por parte dos protagonistas desse esporte, para que nós como consumidores do “produto futebol” possamos ver partidas mais atrativas e empolgantes.
Por Guilherme Mereu