No Conexão Ambiente, a pesquisadora do Centro de Ciências Atmosféricas da Unifei, Prof.ª Michelle Reboita, traz como convidado o pesquisador da Universidade de Toulouse, Prof. Thibaut Dauhut. Ele participa de um projeto internacional de medição da atmosfera sobre a Floresta Amazônica, próximo a Manaus, que tem reunido esforços de colaboração entre Alemanha, Brasil e França. O objetivo é entender melhor como as nuvens são formadas e como as partículas emitidas pelas árvores contribuem para a sua criação.
O projeto consiste em uma medição em larga escala da atmosfera sobre a Floresta, usando avião e uma torre de observação para coletar dados necessários para entender a formação das nuvens.” A Floresta Amazônica é um ecossistema fundamental para o planeta, pois é responsável pela criação do oxigênio que respiramos”, diz Thibaut.
Explica o cientista que através da pesquisa, espera-se obter dados mais precisos sobre a formação das nuvens e a contribuição das partículas emitidas pelas árvores, o que poderá ajudar na modelagem do clima e na previsão do tempo. A Floresta Amazônica é uma grande riqueza do Brasil e do planeta inteiro, e a sua preservação é de extrema importância para manter o equilíbrio do ecossistema global, conclui.
Na oportunidade, Michelle Reboita explica uma nova ciência, cujo grupo de trabalho a pesquisadora faz parte. Segundo ela, a geoengenharia é o uso de técnicas para impedir a radiação solar de entrar na atmosfera, reduzindo assim a temperatura do planeta. No entanto, o impacto de tais medidas ainda é desconhecido, já que a injeção de partículas na estratosfera, uma das técnicas possíveis, pode ter consequências não intencionais nos padrões climáticos e nos ecossistemas. Apesar dos avisos da ONU, países como a Índia, os EUA e a China continuam ignorando a necessidade de práticas ecológicas sustentáveis. A geoengenharia ainda é um campo embrionário, que requer mais estudos para prever seus efeitos potenciais.