O Conexão Itajubá entrevistou nesta terça-feira (11) a apresentadora, atriz e pedagoga Cris Poli, a conhecida Super Nanny da televisão. Cris esteve em Itajubá ministrando uma palestra promovida pelo Instituto Fascínio e fala sobre a sua carreira e também sobre os desafios enfrentados pelos pais quando se trata de educar os filhos hoje em dia.
Conhecida por apresentar a versão brasileira do reality show Supernanny no SBT, Cris Poli conta que nunca sonhou em fazer TV. A apresentadora é formada em Magistério e sempre trabalhou com educação em colégios, sendo que em 1998 abriu juntamente com outros educadores uma escola de tempo integral com foco no trabalho com as famílias.
O programa Super Nanny só veio para o Brasil em 2005, quando o SBT comprou os direitos para fazer uma temporada. Muitos testes com diversos profissionais foram realizados, no entanto o perfil que era necessário para o papel da Super Nanny não foi encontrado. O SBT então entendeu que deveria procurar entre os educadores e foi então que acharam Cris Poli, na escola onde ela trabalhava.
Cris Poli conta que até então não conhecia o programa, mas se interessou muito, pois o objetivo era justamente promover o trabalho de educação das famílias que ela já realizava na escola. O SBT convidou a pedagoga para fazer um teste que ela aceitou sem muita expectativa, mas a equipe gostou e a trouxe mesmo sem conhecer nada de televisão. O programa que não deveria ter mais que duas temporadas, agora comemora 9 anos no ar.
A Super Nanny brasileira atribui o sucesso do programa aos anseios da família. “Era exatamente o que a família brasileira estava precisando”, comenta. Hoje o que se percebe é que a família brasileira está muito desorientada. Os pais que se encontravam desestruturados, perdidos, inseguros e confusos viram no programa a resposta para essas carências.
A atual situação é o resultado de um processo de evolução das famílias. A educação passou por diversas fases, mudando a cada geração. Algum tempo atrás a educação era muito rígida e focada na figura patriarcal, o que não deu muito certo, pois deixava marcas nas pessoas e prejudicava o relacionamento com os pais. Com o avento da psicologia, nasceu uma educação mais permissiva que também não deu certo, pois criou uma geração completamente sem limites.
A rigidez não deu certo e a permissividade também não. Com as duas tendências falhas os pais hoje não sabem o que fazer com seus filhos, eles estão desesperados. A família busca um meio termo, então tenta ser rígida, mas sem convicção. Como não funciona se torna permissiva, o que também não dá certo, pois chega em um ponto que nem os pais aguentam os próprios filhos. Além disso, há também o modo de vida contemporâneo, que muitas vezes acaba terceirizando a educação dos filhos para as babás e escolas.
Cris Poli escreveu ao todo seis livros, todos atendendo a uma demanda do próprio público, carente de orientações. O primeiro deles, “Filhos Autônomos, Filhos Felizes”, é uma publicação mais geral sobre educação. O segundo veio a pedido dos leitores que não se viram naquelas orientações por conta de sua situação de separados, “Pais Separados, Filhos Preparados” orienta os pais que se divorciaram sobre como lidar com a educação dos seus filhos.
No meio de toda a confusão, quem recebe as consequências de toda essa insegurança na educação são os professores. O terceiro livro, “Pais e Professores Educando com Valores”, trata justamente dessa realidade. “Viva a Infância” é o quarto livro e promove a consciência de que é preciso prezar pela infância. Hoje as crianças vivem sobrecarregadas de atividades e não tem tempo de brincar ou estar com a família.
“Pais Responsáveis Educam Juntos” fala da necessidade e responsabilidade da unidade entre os pais para educação dos filhos e “Pais admiráveis educam pelo exemplo” mostra a importância de do exemplo para educação das crianças. Os pais precisam se conscientizar de que eles são o referencial para seus filhos.
Mais informações no facebook ou no Instituto Cris Poli de Ensino.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM