A violência doméstica, como o próprio nome diz, configura agressões físicas ou psicológicas praticadas em meio doméstico, com relações de afeto e vínculos afetivos envolvidos. Ela não se limita à relação marido-mulher, também pode acontecer entre filhos e mãe, pai e filhas, namorados ou noivos.
Segundo a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres de Itajubá, a violência acontece de diversas formas, seja física, psicológica ou emocional. A ofensa, humilhação e ameaças também são formas de violência, assim como a patrimonial, que é quando o agressor destrói pertences e documentos da vítima.
Claro que os conflitos fazem parte de um lar e nem toda discussão é violência. A caracterização do crime acontece quando existe um assujeitamento da mulher ao domínio do homem, muitas vezes baseada na cultura machista que ainda existe entre os brasileiros. A ideia de que a mulher é inferir ou homem e isso como justificativa para a pratica de violência, seja ela qual for, é crime.
Muitas vezes existe uma dependência emocional envolvida que leva a mulher a não fazer a denúncia, o perdoando a cada ocorrência e criando um relacionamento de violência que chega a durar anos.
É preciso entender que existe um ciclo da violência e o uso de bebidas alcoólicas e outras drogas podem potencializar a agressão. Na maioria dos casos o agressor começa pela ofensa verbal que é repetitiva e vai se intensificando. Num determinado momento a violência verbal se transforma em violência psicológica e depois passa a ser patrimonial até que a vítima deixa de ter qualquer controle sobre a situação e se vê sendo agredida fisicamente.
A melhor maneira de a mulher se impor e criar limites contra a violência é fazendo a denúncia quando ela acontece, no entanto isso nem sempre acontece e infelizmente a grande amarra que impede as vítimas de fazerem isso hoje é a dependência financeira. “Como vou criar meus filhos?” ou “Do que vou viver daqui para frente?” são questionamentos recorrentes. Em segundo lugar e impedindo também que a denúncia aconteça está o receito de que aquele agente agressor retorne.
A CPPMI trabalha com a Delegacia da Mulher e com a Defensoria Pública para atendimento da mulher agredida. O atendimento psicossocial é feita pela Coordenadoria de Políticas e Públicas e a Defensoria é responsável por dar andamento em todo o trâmite da medida protetiva após a denúncia feita.
A Coordenadoria atendeu em média 33 por mês nos seus primeiros dois anos de existência em Itajubá, entretanto nos três primeiros meses de 2016, o número de casos mensais subiu para 58. O número não indica um aumento na violência doméstica, mas sim que as mulheres estão encorajadas e tem feito denúncias. As estatísticas são positivas, pois indicam que o sistema está funcionando.
De maneira preventiva a CPPMI vai iniciar este ano um projeto nas escolas, levando a conscientização dos jovens e cuidando desta nova geração de cidadãos. O que se percebe hoje é que as mulheres mudaram, elas estão mais conscientes e confiantes. Em contrapartida quem dá mais trabalho hoje são os ex. A agressão tem acontecido bastante depois de a mulher ter tomado a sua decisão e partido para a separação do seu parceiro.
Mais informações e contato com a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres de Itajubá no Edifício Athenas (prédio da Justiça Eleitoral), número 212, ou através do telefone (35) 3622 8656.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM