Começou no ultimo dia 2 de janeiro a 52ª edição da desejada Copa São Paulo de Futebol Júnior 2022 (também chamada de Copinha). São 128 clubes de todos os estados, onde muitos clubes são totalmente desconhecidos nos grandes centros da elite do futebol. Uma grande vitrine de possíveis diamantes á serem lapidados, mas antes precisam ser encontrados por clubes de boa estrutura para que essa lapidação seja promissora. A Copinha é o sonho de muitos jovens e adolescentes que buscam no futebol uma mudança radical na sofrida vida que levam. Para muitas famílias pode ser a única esperança da saída de uma vida de extremas restrições de acessos e condições de mais dignidade. Mas infelizmente a realidade é bastante dramática e frustrante, pois o índice de jovens que realmente encontram no futebol uma libertação da pobreza é muitíssimo baixo. A começar pelas dificuldades estruturais em que ficam muito evidentes pelas condições físicas entre os jovens atletas de grandes clubes e os de clubes pequenos e sem estrutura. O exemplo foi o primeiro jogo do Flamengo contra o Forte Rio Bananal do Espirito Santo em que a diferença física era tão grande que os jovens Capixabas não ganhavam uma dividida e o resultado ficou em um placar elástico de 10 x 0 para o time Carioca. E quando utilizo a analogia de alguns desses meninos que se destacam e podem ser verdadeiros diamantes, me lembro de outra situação que também pode servir de analogia a essa Copinha: a busca do ouro nos garimpos de Serra Pelada na região do Pará na década de 80. A busca por um enriquecimento rápido fez milhares de pessoas deixar tudo e correr grandes riscos para garimpar ouro na região. Na época foram retirados milhares de toneladas de ouro, o que fez todos pensarem que as jazidas seriam capazes de enriquecer os garimpeiros. Porém, a grande maioria não enriqueceram, ao contrário acabaram morrendo pelas precárias condições de trabalho, muita violência e conflitos. Também na Bateia do futebol, muitos nunca encontrarão o desejado ouro, mas frustrações e a dura realidade de um país injusto e desigual.
Pelo menos essa é a minha opinião!