Apenas um mês após o lançamento do Programa Aliança pela Vida, pelo Governo de Minas, já é possível verificar resultados significativos no atendimento a dependentes químicos no Estado. Desde que o programa foi lançado, houve crescimento expressivo do número de ligações para o Disque 155 – SOS Drogas. Se antes do programa eram recebidas, em média, 230 ligações por dia, após o lançamento a média subiu para cerca de 1.200, tendo chegado ao pico de 3.541 ligações em 10 de agosto.
O SOS Drogas tem dois níveis de atendimento, conforme a complexidade da situação. No primeiro momento, a pessoa recebe informações básicas e, caso seja necessário, passa para a fase seguinte, com a transferência da ligação para um especialista. O serviço telefônico funciona das 7h às 22h, de segunda a sexta-feira. Para ter acesso ao SOS Drogas, a pessoa deve escolher a opção 1 do canal de comunicação telefônico 155.
Familiares de quatro dependentes químicos que ligaram para o 155 – SOS Drogas já receberam a visita de equipes multidisciplinares, compostas por psicólogo, assistente social e agentes sociais, que iniciarão o trabalho de acolhimento, atendimento e orientação. A previsão é que 300 famílias recebam a visita dos especialistas. Para realizar a ação, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) firmou convênio no valor de R$ 355.899,44 com o Instituto Ajudar.
Além do acolhimento familiar, o programa desenvolve outras ações, como o Rua Livre, que tem como objetivo intervir em diversos territórios para acolher usuários que aceitam o encaminhamento para centros de tratamento e comunidades terapêuticas. As primeiras abordagens foram realizadas no dia 3 de agosto, na Pedreira Prado Lopes, quando foram acolhidos 36 usuários de drogas, sendo 14 encaminhados para tratamento.
O primeiro atendimento aconteceu no salão de uma igreja na própria Pedreira. Quem aceitava ajuda era levado a uma unidade móvel para identificação pela Polícia Civil e, em seguida, encaminhado para o Hospital Galba Veloso. No local, os usuários receberam atendimento de psicólogos e assistentes sociais. Todos ganharam novas roupas, cortaram o cabelo e tomaram banho. As ações do Rua Livre serão constantes, inicialmente em Belo Horizonte e Região Metropolitana e, em um segundo momento, em todo o Estado.
O atendimento presencial no Centro de Referência Estadual em Drogas (Cread) também cresceu após o lançamento do programa. Hoje são cerca de 60 atendimentos diários, contra os 20 realizados antes do Aliança pela Vida. Isso significa que, desde o lançamento da campanha, já foram realizados mais de 680 atendimentos presenciais.
Os profissionais do Cread podem indicar quatro caminhos para auxiliar parentes ou usuários de drogas: o atendimento ambulatorial, a permanência dia em instituições de tratamento, os grupos de terapia para usuários e familiares, e internação em instituições parceiras do Estado.
Apenas para 2011, o Governo de Minas deve investir R$ 70 milhões no Aliança pela Vida. O subsecretário de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides, explica que o programa visa a criação de uma grande rede de parceiros, incluindo o governo, organizações não-governamentais e a própria sociedade no enfrentamento às drogas. “A sociedade clama por intervenções, e as ações da campanha têm o forte sentido do acolhimento e de mostrar para familiares e usuários que existem possibilidades de tratamento”, destaca.
Segundo o subsecretário, os bons resultados deste primeiro mês do Aliança pela Vida são apenas o começo de um trabalho que terá ações rotineiras de acolhimento ao dependente, orientação à família e repressão ao tráfico. “Serão ações constantes em Belo Horizonte e na Região Metropolitana que, posteriormente, estarão em todo o Estado”, ressalta.