Inovar é fazer algo novo. As iniciativas selecionadas pelo Desafio Ambiental criaram diferentes formas de apoiar o Brasil a atingir a meta de restauração de áreas degradadas. A partir de um novo olhar, que une criatividade e expertise em técnicas de manejo florestal a uma perspectiva empreendedora, se espera ampliar e acelerar a recuperação dos biomas brasileiros.
“Recebemos propostas de diversos estados, de universidades, centros de pesquisa, ONGs, governo do estado, empresa privada, pessoas físicas, produtores rurais, povos indígenas, etc. E para mim, a ideia de apoiar e dar visibilidade às atividades que promovem a restauração florestal é a melhor parte desse Desafio. Conseguimos 132 propostas que envolveram a sustentabilidade ambiental e cerca de 100 propostas que de fato promoveram a restauração, de pequena à larga escala”, comemora Leda Tavares, especialista do WWF-Brasil.
As iniciativas selecionadas surpreendem ao propor novas soluções para antigos problemas, utilizando-se de tecnologia, criatividade, conhecimentos de mercado, ou ainda resgatando conhecimentos ancestrais sob uma perspectiva contemporânea. Do dia 6 ao dia 21 de setembro estará aberto o júri popular, uma das modalidades da premiação. Vote na sua preferida emwww.desafioambiental.org.
Conheça um pouco mais sobre as iniciativas:
Projeto “Nucleário”, da Fractal – núcleo de inovações (Rio de Janeiro – múltiplos biomas)
O Nucleário é um dispositivo que pode ser utilizado em plantios de mudas em restauração, para minimizar o trabalho de manutenção pós plantio ao mesmo tempo que aumenta a taxa de sucesso de pegamento das mudas. Sua forma multifuncional possibilita o acúmulo de água da chuva para rega, barreira física contra formigas cortadeiras e coroamento contra mato-competição. Os projetos de restauração florestal atualmente apresentam uma alta taxa de replantio devido a mortalidade das mudas. O projeto inova ao unir tecnologia e design na forma de trazer eficiência ao processo de recuperação florestal.
Instituto Auá de Empreendedorismo Ambiental (São Paulo – Mata Atlântica)
O “Potencial das Nativas da Mata Atlântica para fortalecimento do ecomercado e recuperação do Cinturão Verde de SP” é uma iniciativa do Instituto AUÁ que atua em 3 frentes de trabalho em áreas de Mata Atlântica. O projeto busca viabilizar uma economia restauradora de produtos de Mata Atlântica: a disponibilidade da matéria-prima, pesquisa aplicada e criação de mercados. É uma iniciativa inovadora na medida em que cria demandas nas cidades para os produtos advindos de atividades de recuperação de espécies nativas da Mata Atlântica, atuando também no sentido de valorizá-las.
LASTROP – Laboratório de Silvicultura Tropical (São Paulo – Mata Atlântica)
O LASTROP atua para superar o obstáculo econômico que impede a restauração em larga escala no Brasil. O projeto selecionado busca testar modelos econômicos que utilizam eucalipto como espécie comercial em conjunto com nativas, para viabilizar economicamente a restauração em pequenas e grandes propriedades. Sua visão inovadora está na transformação do processo de restauração em algo economicamente viável para proprietários rurais.
Rede de Sementes do Xingu (Mato Grosso – Cerrado e Amazônia)
A Rede de Sementes do Xingu é uma articulação que coleta sementes nativas para o processo de restauração ecológica nas cabeceiras do Xingu através da inclusão socioprodutiva e cultural de povos indígenas e agricultores familiares. Ela promove a articulação de demandas e ofertas de sementes para a restauração fortalecendo o método de plantio por semeadura direta. A iniciativa inova ao resgatar saberes tradicionais e trabalhar em rede estimulando a demanda.
Programa Carbono Neutro IDESAM (Amazonas – Amazônia)
O Programa Carbono Neutro (PCN) do Idesam trata da compensação de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) através da implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em áreas degradadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (RDSU), localizada na região nordeste do Estado do Amazonas, com o objetivo de perenizar a produção agrícola e florestal local através de um modelo de desenvolvimento econômico e social de “baixo-carbono”. Ele inova ao estruturar uma cadeia produtiva com alto aproveitamento dos recursos naturais ao mesmo tempo que realiza a restauração.
Associação Caatinga (Ceará – Caatinga)
O Projeto no Clima da Caatinga promoveu processos comunitários de educação ambiental, capacitação, transferência e apoio às tecnologias sustentáveis de conservação e uso sustentável da Caatinga, contribuindo para a redução da pressão degradadora sobre as matas e também para a melhor adaptação climática das populações locais. O caráter inovador do projeto está no desenvolvimento de mecanismos e em um conjunto de atividades que viabilizaram a convivência e cooperação entre as comunidades para a valorização e conservação do semiárido.
Aplicativo de Zoneamento Climático – Universidade Federal de Viçosa (Minas Gerais – múltiplos biomas)
Identificar as condições climáticas favoráveis à sobrevivência de cada espécie e conectá-las com territórios de restauração é o objetivo da ferramenta desenvolvida pela pesquisa de pós-graduação em Meteorologia aplicada da Universidade Federal de Viçosa. Na forma de um aplicativo, a ferramenta deverá subsidiar a tomada de decisão no que se refere ao aumento da eficiência dos plantios para a restauração florestal. O projeto é inovador pois reúne tecnologias como geolocalização com a expertise de adaptação de espécies para subsidiar projetos de restauração.
Viveiro Lua Nova (Rio de Janeiro – Mata Atlântica)
O Viveiro Lua Nova vem desenvolvendo e aplicando técnicas sustentáveis para viabilizar a produção de mudas destinadas à recuperação de áreas degradadas e de nascentes. Através de muitas pesquisas, testes e parcerias estão sendo utilizadas duas tecnologias inovadoras, os tubetes biodegradáveis e a multiplicação e inoculação deMicorrizaseRhyzobium. A iniciativa inova ao criar uma tecnologia acessível e limpa para o barateamento do processo de restauração por meio de mudas.
Fonte: JB Press House