O ser humano é um ser social. Desde a pré-história, os homens tinham necessidade de viver juntos e também de conhecer quem vivia “na outra caverna”. Esse sentimento permanece até hoje e é ele que move a astronomia na constante busca pelo que há além do nosso planeta e, consequentemente, por outros planetas habitados.
Existe vida fora do Planeta Terra?. Essa é a pergunta que move pesquisadores do mundo todo em avanços cada vez maiores para descobrir o além do universo, no entanto, nem sempre essa foi uma pergunta natural. Conforme conta o pesquisador e astrônomo, Bruno Castilho, houve um tempo em que esse pensamento era algo absurdo e foi severamente punido.
No passado se achava que a Terra era o único lugar e todo o resto foi criado ao seu entorno. A Terra era o centro do universo e como não havia nada além da Terra não fazia sentido questionar a vida fora dela. O modelo de Aristóteles, utilizado por Ptolomeu, durou cerca de 1500 anos e por se parecer muito com a Teologia, foi adotado pela Igreja Católica.
Apenas no século XIII padres e bispos da própria Igreja Católica começaram a questionar o modelo, ainda que filosoficamente. Foi no ano de 1500 que Nicolau Copérnico propôs pela primeira vez, baseado em cálculos, que a Terra não seria o centro do Universo, mas sim o Sol (Modelo Heliocêntrico). A afirmação chocou bastante porque tirou a Terra da sua posição privilegiada e ainda criou algumas possibilidades.
Se o Sol é o centro do Universo, a Terra gira em torno dele e se a Terra faz isso, os outros planetas que eram visíveis poderiam também fazer o mesmo caminho. Mais que isso. Se a Terra é um planeta que gira em volta do Sol e é um lugar onde se pode viver, então, pela primeira vez na história, existe o conceito de que existem outros lugares.
O outro lugar mais próximo de nós seria a Lua e com um telescópio Galileu conseguiu ver que ela possuia montanhas e crateras e ela também não era uma esfera perfeita como Aristóteles dizia. Se a Lua possui montanhas e crateras e a Terra também possui, os dois lugares são parecidos. E se a Lua é tão semelhante à Terra e aqui tem vida, por lá não teria?
A primeira pessoa a fazer esse questionamento com todas as letras foi Johannes Kepler que teve como grande contribuição a descoberta de que os planetas não giravam em torno do Sol em círculos, mas elipses. O pesquisador chegou a publicar um livro (considerado o primeiro de ficção científica) onde narra um sonho, no qual ele vai até a Lua e conhece os habitantes que lá viviam. A mãe do astrônomo, que era citada no livro como alguém que tinha contato com os seres da Lua foi levava pela Inquisição.
A busca por vida em outros planetas é levada pela curiosidade humana e é importante para que a humanidade possa se situar no Universo. Seria a vida na Terra algo inédito ou natural? Se existe vida lá fora é natural querer trocar informações e é por isso que hoje milhões são investidos em pesquisas.
Muito tempo se passou desde o primeiro extraterrestre a aparecer na história. Só nos anos 90 que foram confirmados os primeiros planetas em outras estrelas. No Sistema Solar são oito planetas, desde Mercúrio até Netuno, mas cada estrela que é visível no céu e milhões mais que não são visíveis também poderiam ter planetas.
Em 1992 um grupo da Suíça, usando observações feitas no Chile, comprovou que uma dessas estrelas que vemos no céu a noite tinha um planeta girando em torno dela. A consequência é natural, se existe uma estrela com um planeta girando em torno dela e o Sol é assim também, então qualquer uma pode ter. desde os anos 90 até hoje foram descobertos cerca de 800 planetas girando em torno de outras estrelas.
Existem muitos outros planetas além da Terra e se existem planetas nas mesmas condições, girando em torno de estrelas, é possível que em algum deles também exista vida, semelhante ou não à nossa. Hoje o que se busca é algo chamdo Zona de Habitabilidade, ou seja uma área não tão perto nem tão longe da estrela que permita o início e desenvolvimento de vida.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM