Eis o relato de um cidadão comum no aeroporto:
“Há pouco tempo, fui levar minha filha para uma viagem e vi pai e filho se despedindo. Quando anunciaram a partida, eles se abraçaram e o pai disse:
– Eu te amo. Desejo o suficiente para você.
O filho respondeu:
– Pai, nossa vida juntos tem sido mais do que suficiente. O seu amor é tudo de que sempre precisei. Desejo o suficiente para você também.
Eles se abraçaram e o filho partiu. O velho passou por mim e encostou-se na parede. Pude ver que precisava derramar algumas lágrimas. Tentei não me intrometer nesse momento, mas ele percebeu minha presença e se dirigiu a mim, perguntando:
– Você já se despediu de alguém sabendo que seria para sempre?
– Já – respondi. – Mas, por que foi um adeus para sempre?
– Estou doente e ele vive longe daqui. Vemo-nos pouco e penso que a próxima vinda dele será para o meu funeral.
– Quando estavam se despedindo, ouvi o senhor dizer ‘desejo o suficiente para você’. Posso saber o que isso significa?
Ele começou a chorar e explicou:
– É um desejo que tem sido passado de geração para geração na minha família. Meus pais costumavam falar isso para todo mundo. Quando dizemos ‘desejo o suficiente para você’, desejamos uma vida de coisas nem sempre boas, mas o suficiente para que a pessoa se apoie nelas.
Então, continuou como se estivesse recitando:
– Desejo a você sol, chuva e felicidade suficiente para que mantenha o seu espírito alegre. Desejo-lhe dor suficiente para que as bênçãos na vida pareçam muito maiores. Desejo que ganhe o suficiente para satisfazer os desejos materiais de sobrevivência, e perdas suficientes para apreciar tudo o que possui. Tenha amigos queridos em número suficiente para que chegue feliz ao adeus final.
E concluiu:
– Dizem que leva um minuto para encontrar uma pessoa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la, mas uma vida inteira para esquecê-la – e se afastou soluçando.”
Pois é, esta história pode parecer estranha porque quase todo mundo deseja o melhor para os parentes e amigos, porém, sabemos, não há pessoa que nunca passou por algum sofrimento. Então, por que não desejar apenas a felicidade suficiente para cada um trilhar caminhos cristãos? Quando rezamos por alguém e entregamos seu destino nas mãos de Deus, Ele sabe dar a graça suficiente para cada filho.
Se soubéssemos amar na medida certa, perdoar nos momentos certos e servir a Deus no tempo certo, seríamos suficientemente felizes. Como nem sempre agimos assim, precisamos sentir a dor da perda para reconhecermos o quanto desprezamos as graças do passado. Por isso é que muita gente diz: ‘Eu era feliz e não sabia!’ Já aconteceu isso com você?
Quando estamos psicologicamente desintegrados, agimos compulsivamente na necessidade de sermos amados. A desintegração leva alguém a ser egoísta, a não agir com naturalidade e, muitas vezes, passar por cima dos outros. A humildade fica em segundo plano e a pessoa vai se afastando de Deus, como, por exemplo: ficando obstinada pelo sucesso; tendo necessidade de aparecer, falando inclusive daquilo que não sabe; fingindo domínio e felicidade; exigindo perfeccionismo dos outros etc. E o pior: abraçando outros vícios ruins com o tempo!
Jesus, pelo contrário, era perfeitamente integrado em corpo e alma: como servo, em determinação, nas orações, em sabedoria, seguindo a Lei com bondade, agindo com liderança, revelando profecias, pregando a paz, enfim, era um homem conciliador e fazia tudo certo. A tríade coração/cabeça/entranhas funcionava em perfeita harmonia!
Então, se fomos criados à imagem e semelhança de Deus, precisamos assumir a responsabilidade de viver o Evangelho. Somente assim conseguiremos viver integrados como irmãos. E para não mais repetir ‘eu era feliz e não sabia’, comece a acreditar nisto:
Quando você dá atenção a alguém que sofre, Deus se manifesta através do Espírito Santo. Quando está na solidão e buscando paz no coração, Deus está com você. As boas surpresas inesperadas que acontecem em sua vida, é sempre providência de Deus. Na solução de problemas considerados impossíveis de se resolverem, Deus os assumiu por você. Quando a tristeza vai embora e pinta alegria na sua família, foi um abraço de Deus. E quando você caminha quase sem forças, Deus o carrega nos braços.
Exceto no pecado, Deus está na frente de tudo! Ah, e você pensa que está lendo isto por acaso? É claro que não! Então, se reconhece isso, compartilhe o amor de Deus com seus irmãos e deseje o suficiente a eles também.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
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