Seja roubando e fazendo ou não fazendo e roubando, os sistemas operacionais carecem de um repensar métodos que retorne aos princípios de um governo cujo fundamento seja verdadeiramente democrático. De fato, o que se vê tende a algo “demoniocrático” ou “idiocrático” mais que propriamente o idealizado a priori.
O pensamento exploratório parece funcionar adequadamente e sem problemas por algum tempo, mas ao que tudo indica, desde o princípio aponta para um momento de crise e insustentabilidade, a insustentável leveza do ser.
O processo de desertificação, indissociável do empobrecimento intelectual (emburrecimento) humano, sempre se associa à anestesia volitiva (da vontade) e à hipnose do bom senso. Assim, mesmo que algo esteja claramente acontecendo, a estratégia metodológica é negar ou mais recentemente eufemizar, baseados no, eventualmente astucioso,princípio da inocência presumida. Há que se estar atento ao modus operandi que culmina no atual estado das coisas, de modo que situações que passam despercebidas fundamentam o que se observa, conforme, por exemplo, se pode verificar nestes links:
É válido simplificar a linguagem de um clássico?
Sobre efeitos dos eletrônicos em crianças
Tudo isso é brilhante e jocosamente documentado no filme estadunidense “Idiocracia” em que uma sociedade futura descrita com base no que hoje é oferecido em termos de educação, consumo e valores, se encontra à beira do colapso e de uma verdadeira desertificação. O filme apresenta situação insólita em que os cidadãos, hipersexualizados, influenciados por uma propaganda de bebida, destas que se usam após atividade física extenuante, passam a irrigar suas plantações com as mesmas resultando na desertificação da cidade. No filme, um trabalho midiático levou a população a crer que os isotônicos seriam mais adequados em nutrientes que a própria água para a irrigação das plantações! Algo aparentemente absurdo apesar de não muito distante do que se pode observar em relação ao cuidado com nossas florestas ou na escolha dos adubos nitrogenados sintéticos ao invés da fixação bacteriana do nitrogênio na agricultura ou ainda no estabelecimento do milho como fundamento alimentar para um crescimento populacional ilimitado entre outras escolhas aparentemente “suicidas”, com o perdão da palavra. Enfim, contingências subliminares de um aparente “emburrecimento” sub-reptício sustentado apesar de insustentável.