– Conte os seus pecados, meu filho.
– Padre, ontem eu estive na casa de um amigo para pedir dinheiro emprestado. Não encontrando ninguém, fui até o quarto do casal e tirei a quantia que precisava da gaveta da penteadeira. Estou desesperado, pois nunca tinha roubado antes.
– Calma, não chore! Deus tudo perdoa.
– Só que não terminou aí. Em seguida a mulher dele apareceu, me perguntou o que estava fazendo no seu dormitório e, no momento, menti jurando-lhe que fui à sua procura. Entusiasmamo-nos e fizemos amor. Que vergonha!
– E era bonita essa mulher?
– Muito, padre, um mulherão!
– Então, Deus perdoa, filho.
– Mas o pior aconteceu depois. Meu amigo chegou, nos viu na cama e puxou o revólver. Parti pra cima dele e, no disparo inesperado, o matei! Não sei o que fazer, padre.
– Você vai rezar bastante e Deus vai lhe perdoar.
– Como me perdoar se eu roubei, menti, jurei falso, desejei a mulher do próximo e matei o meu melhor amigo? Tudo o que Jesus tanto combateu nas suas pregações!
– Quando Ele pregava não podia imaginar um homem na sua situação: endividado, tentado por uma bela mulher e ameaçado de morte. Neste caso, Deus perdoa. Vá em paz.
2ª. Parte: Há 7 anos, inspirado por um texto do Papa João Paulo II, escrevi isto:
O Sacramento da Confissão não só tem por objetivo o perdão dos pecados, mas leva também a um encontro profundo com Cristo – produz uma verdadeira ressurreição espiritual e uma restituição dos bens da vida. Por este motivo, seria ilusório querer buscar a santidade sem aproximar-se com frequência do Sacramento da conversão e da santificação. Esta obra é realizada pela Confissão através da purificação, da iluminação e da unificação com Cristo.
Quem se confessa com frequência e o faz com o desejo de progredir, está seguro de receber no Sacramento uma luz preciosa para seu caminho de perfeição. De confissão em confissão, o fiel experimenta progressivamente uma comunhão cada vez mais profunda com o Senhor misericordioso até a plena identificação com Ele.
Você concorda que não dá para desprezar tamanha graça em nossas vidas em apenas alguns minutos diante de um sacerdote? Por isso é que quando eu percebo que estou começando a ficar impaciente com alguma coisa, corro confessar. Mas, se é tão fácil, rápido e santificador, por que tanta gente reluta em receber esse Sacramento?
3ª. Parte: Trecho do artigo que publiquei na Revista Anais:
Pois é, o ser humano busca valores extraordinários e grandes fortunas, mas, quase sempre, despreza a sabedoria que Deus nos dá de graça: a riqueza espiritual contida na Bíblia. É bíblico o ensinamento: ‘Não juntem riquezas neste mundo, onde os ladrões assaltam e roubam; juntem antes riquezas no Céu, porque não há traça nem ferrugem para destruí-las. Onde tiverem a riqueza, aí terão o coração’. E quando recebemos Jesus Cristo na Eucaristia, encontramos o único Tesouro que pode entrar conosco na eternidade.
4ª. Parte: Conclusão:
Acho que deu para perceber que cresci bastante em espiritualidade, não? Trabalhando em comunidade, a gente aprende muitas coisas preciosas: valorizar os Sacramentos, amar o próximo, perdoar com o coração, obedecer com humildade, agir com simplicidade, rezar pelos sofredores; enfim, aprende-se a unir forças para ajudar na construção do Reino de Deus no meio de nós.
Aprendi também que: a autoestima combate a inveja e as tentações; a humildade combate a vaidade e o orgulho; a bondade evita o egoísmo e a ambição; e a sinceridade ajuda na imagem pessoal e na confiança que depositam em nós.
Há uma história de um casal que sobreviveu a um naufrágio e ficou 20 anos esquecido numa ilha. Quando cada um completou 60 anos de idade, apareceu-lhes um gênio prometendo conceder um desejo a ele e um outro a ela. A senhora logo pediu:
– Quero ficar aqui a sós com o meu velho para sempre porque nada mais me interessa além do seu amor.
Com este desejo concedido a ela e percebendo que não poderia mais sair da ilha, ele falou:
– Gostaria de ter uma companheira 30 anos mais nova do que eu para me motivar a ficar o dia todo junto dela.
Imediatamente o gênio elevou a idade dele para 90 anos, realizando o seu desejo.
Comigo também aconteceu mais ou menos isso. O único gênio que acredito – Nosso Senhor Jesus Cristo – me fez viver dezenas de anos maravilhosos em apenas 20. Desde 1991, quando estava praticamente morto num hospital, fui caminhando na fé e, hoje, me sinto próximo de Deus. O meu maior desejo é continuar com Ele para sempre, e sei que isso depende exclusivamente de mim, já que Jesus me perdoou por ter me afastado dele tantas vezes!