O Brasil, um país-menino que hesita em crescer, qual Peter Pan na Terra do Nunca brincando de faz de conta.
A Padroeira, mãe negra dessa terra miscigenada e cheia de contrastes.
No mesmo dia encontram-se ambos, mãe e filho.
Filho carente de cuidados, filho criado na rua, sem limites, quase marginal.
Filho que mente, que se veste de roupa de marca roubada na rua.
Mãe toda paciência e amor, que aposta no erro, professor da virtude.
Filho a quem interessa a miséria, mais fácil de demagogiar.
Filho que engana, que promete sabendo que não cumprirá, que foge da escola e volta no dia da prova, que nota é tudo que interessa.
Mãe que espera, resignada, que chegue o dia do juízo.
Analogia apenas, é claro!
Das crianças deveriam ser todos os dias do ano, para que não nos esquecêssemos de que delas é o mundo do amanhã.
E da nossa Padroeira já são todos os dias do ano, Ela que olha por nós e cuida do futuro.
E a nós, cidadãos do Brasil, cabe fazer crescer o país adolescente que recebemos por herança.
Com os nossos filhos, com vizinhos, no trabalho e no descanso, que tal implantarmos o compromisso comum, o esforço conjunto antes do grito pelos direitos?
Nos quarteirões, nos bairros, nas cidades, que tal projetos sociais antes mesmo do voto em candidatos que não conhecemos e de quem nos esquecemos em seguida? Ou, pior: de quem toleramos desmandos, por um ou outro acerto fortuito e interesseiro?
Que tal abandonar essa adolescência irresponsável onde temos nos refugiado fugindo da vida adulta e das suas escolhas e responsabilidades?
Mãe Negra nascida das águas, rogai por nós!