Escrevo sempre a coluna no domingo.
Sei lá porque, mas foi assim na primeira vez e continua sendo até hoje.
Por causa disso escrevo exatamente no Dia do (a) Médico (a).
Pra começar, que tal chama-lo de Dia da Médica?
Afinal, nas escolas de medicina a proporção hoje é de cerca de 70% de mulheres.
Melhor ainda, que tal encontrar um pronome nem masculino nem feminino? Um pronome que respeite o gênero, qualquer que seja ele?
Pensando bem, e se eliminássemos as categorias profissionais e tivéssemos então os Profissionais de Saúde no lugar? Todos juntos e misturados, cada um sabendo um pouco sobre o ser humano? Como é hoje, afinal, mas sem categorizar? Assim não haveria ninguém se achando mais importante que ninguém numa equipe de saúde.
Muito revolucionário? Utópico?
Talvez.
Mas toda utopia é a antecipação poética da realidade, é assim desde os tempos primitivos.
Ah, se um dia o mundo puder ser um território sem fronteiras. Nem de países nem de gente que mora neles.
Quando formos todos cidadãos de um mundo aberto e amigável.
Quando não existirem guerras nem disputas de poder.
Quando não existirem nem chefes nem chefiados, mas todos formos companheiros de jornada?
Quando a autoridade emanar do indivíduo que conquistou mais respeito, e não mais poder? E todos os seguirmos com amor?
Talvez nesse tempo futuro não mais precise existir o Dia do Médico, mas sim o Dia do Cuidado, e todos formos cumprimentados nele? Todos nós, profissionais da saúde, sem hierarquia, sem qualquer distinção a não ser a vocação de cada um?
Ah, as utopias…