Olá pessoal!
É com muita satisfação que retornamos ao Conexão Itajubá, após um longo período de “hibernação”. E retornamos uma data muito especial. Neste Dia Internacional da Mulher, devemos celebrar as incríveis conquistas e a força das mulheres ao redor do mundo. Cada passo dado na luta pela igualdade e justiça é um testemunho da sua resiliência e do seu poder. Que este dia sirva como um lembrete do nosso compromisso contínuo com a igualdade entre os sexos e do apoio às lutas e sonhos de cada mulher. Parabéns pelo seu dia, e que cada um de vocês continue brilhando e abrindo caminhos para um futuro mais justo e equitativo. E para marcar o nosso retorno, vamos falar sobre endividamento e inadimplência, mas com uma atenção especial às mulheres.
Os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicaram que o percentual das famílias endividadas aumentou de 77,6% em dezembro de 2023 para 78,1% em janeiro de 2024. Apesar disso, o percentual de famílias inadimplentes diminuiu de 29,9% para 28,3% no mesmo período. Isso mostra que, apesar do endividamento, as pessoas estão conseguindo, aos poucos quitar as dívidas. Esse é um resultado da conjunção de vários fatores, do qual se destaca à redução do número de desempregados, que chegou em dezembro de 2023 a 7,9%, a menor taxa trimestral desde janeiro de 2015.
Apesar desses resultados importantes, hoje queremos destacar a especificamente as mulheres nessas análises. As diferenças de endividamento e inadimplência entre homens e mulheres têm sido um tópico de interesse e estudo, especialmente considerando as disparidades salariais e as condições econômicas que afetam cada sexo de maneira distinta. Em 2024, observa-se que as mulheres, apesar de avanços em algumas áreas, ainda enfrentam desafios significativos em relação ao endividamento e à inadimplência.
Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que, no início de 2024, cerca de 30,5% do orçamento mensal das mulheres estava destinado a quitar empréstimos, o que é ligeiramente superior à parcela da renda dos homens usada para pagar dívidas, de 30,3%. Essa diferença, embora pequena, é significativa e reflete uma tendência de crescimento do endividamento feminino acima do masculino desde meados de 2023.
Quanto à inadimplência, as mulheres buscam resolver suas dívidas mais rapidamente do que os homens; elas ficaram em média 62 dias sem pagar o que deviam, enquanto os homens permaneceram 63,5 dias com pagamentos atrasados. Isso pode indicar uma maior preocupação ou eficiência das mulheres em lidar com suas obrigações financeiras.
Essas diferenças no endividamento e inadimplência não podem ser desvinculadas das disparidades salariais entre os gêneros. Em 2024, o salário mediano das mulheres equivalia a 90,5% do recebido pelos homens, enquanto o salário médio era de 70,8% e o salário de admissão de 88,4%. Essas diferenças salariais impactam diretamente a capacidade de pagamento e gestão de dívidas, contribuindo para o cenário de endividamento e inadimplência.
Além disso, vários estudos indicam que, apesar das mulheres terem maior escolaridade em comparação aos homens, elas são menos alfabetizadas financeiramente do que os homens e, como consequência, enfrentam desafios significativos no mercado financeiro e na gestão de suas finanças pessoais.
Essas diferenças destacam, portanto, a necessidade de desenvolver ações efetivas para melhorar o nível de alfabetização financeira entre as mulheres, especialmente aquelas com dependentes e baixos níveis de escolaridade e renda. A educação financeira deve levar em conta essas diferenças para ser mais eficaz e inclusiva. É crucial, portanto, que as instituições financeiras e os formuladores de políticas públicas se empenhem em prover meios para qualificação, engajamento e acesso das mulheres ao ecossistema do mercado de capitais, visando uma sociedade mais justa e equitativa.
Finalizando, o material apresentado hoje sugere que, apesar de algumas melhorias na paridade salarial, as mulheres ainda enfrentam uma carga desproporcional de endividamento e desafios para manter a inadimplência sob controle, além de possuírem menor nível de alfabetização financeira. Isso destaca a importância de políticas que abordem não apenas a igualdade de remuneração, mas também o acesso a recursos financeiros e educação financeira, para que a população, em especial as mulheres, possam gerenciar suas finanças de forma eficaz e equitativa.
Assim, reforçamos que este dia sirva como um lembrete do nosso compromisso contínuo com a igualdade e ao apoio às lutas e sonhos de cada mulher. Parabéns pelo seu dia, e que cada um de vocês continue brilhando e abrindo caminhos para um futuro mais justo e perfeito.
Esperamos que tenham gostado do nosso painel!
Abraço e até o próximo!
Autores: Prof. Dr. André Luiz Medeiros e Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo (Grupo Denarius)