○ Diretora da FAPEPE fala sobre incentivo à pesquisa, ensino e extensão em Itajubá e região

A FAPEPE (Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão de Itajubá) é uma fundação de direito privado sem fins lucrativos credenciada no Ministério da Educação e no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação como fundação de apoio à Universidade Federal de Itajubá. A fundação é responsável pela gestão de projetos de pesquisa, ensino e extensão tanto do município quanto da região.

A diretora Patrícia Cristina dos Passos conta que no ano passado passou pela fundação um aporte de 22 milhões de reais para desenvolvimento de pesquisa em Itajubá e região. Ela explica que no Brasil a questão da pesquisa é crítica, uma vez que o arcabouço legal é extenso, com leis sobrepondo outras leis. “Muitas vezes quando se cria uma nova lei ela não funciona como deveria na prática”, comenta.

No que diz respeito às riquezas, Patrícia diz que isso não deve ficar dentro das universidades e instituições de pesquisa, a inserção das empresas na pesquisa tem que crescer. Quando uma empresa se insere na pesquisa, ela se torna mais competitiva e ganhar mais mercado. O ideal seria que houvesse forte vínculo entre a Política de Ciência, Tecnologia e Inovação e a Política Econômica do país.

A realidade mostra o quanto as duas políticas estão separadas. O problema é que de tempos em tempos mudam os governadores, senadores, deputados e toda a força política, fazendo um retrocesso em programas de apoio à pesquisa que estão indo bem ou a ampliação deles. O ideal é que os programas não fiquem à mercê dessas mudanças, porque dessa maneira evita-se a busca do retorno rápido. “Quando se aplica em pesquisa, ciência e inovação, esse retorno é de médio e longo prazo”, explica.

A burocracia é outro entrave. Muitas empresas deixam a questão da pesquisa de lado por conta de toda burocracia envolta no processo e editais de recursos. Às vezes é tão burocrático ter que mostrar para o governo aquele benefício fiscal na redução de tributos que ela está pagando, para que ela aplique diretamente na pesquisa, que as empresa simplesmente desistem.

Ainda sim, com todos os entraves, o Brasil tem caminhado de maneira bastante positivo. Existe o recurso e existem leis, o que falta muitas vezes é conhecimento e informação com relação a isso. Existem muitas instituições de fomento no país, no entanto é preciso que o empresário corra atrás.