A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou no dia 16 de julho um projeto de decreto legislativo para suspender resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibiu a comercialização de inibidores de apetite feitos a base de anfetamina. A proposta, de autoria do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), suspende a proibição imposta em 2011 pela Anvisa e que proibiu a venda no Brasil de medicamentos a base de anfepramona, femproporex e mazindol e impôs restrições à comercialização e ao registro da sibutramina, um dos medicamentos mais vendidos atualmente para redução do apetite.
Tal projeto tem sido alvo de discussões, principalmente quanto aos efeitos desses medicamentos e para falar sobre o assunto o Conexão Itajubá recebeu o Professor Dr. Valdomiro Vagner, Coordenador do Curso de Farmácia da FEPI. Segundo o professor para entender o problema é preciso ter em mente que a obesidade mórbida, que é uma doença, é diferente da obesidade relacionada à estética. Ele explica que existem pessoas que alcançam um peso corporal, onde se torna impossível a redução de peso e é necessário uso de medicamentos para tratamento.
A questão é que assim como em outros países, no Brasil a busca pelos remédios para emagrecimento, chamados anorexígenos, tem sido cada vez maior para redução de peso com objetivo estético. Os medicamentos funcionam para o propósito, no entanto possuem muitos riscos e muitos efeitos colaterais. Essas pessoas buscam esses medicamentos com médicos que os prescrevem ou de uma maneira extramente perigoso: em estabelecimentos, muitas vezes nem farmacêuticos, sem receituário.
Essas pessoas adquirem os medicamentos, muitas vezes ilícitos, sem passarem por acompanhamento médico e fazem seu uso indevido. Uma vez que a pessoa note a pequena perda de peso que ela buscava, o tratamento é bruscamente interrompido, o que é perigoso e não tem um efeito duradouro. Essa pessoa, uma vez que tenha interrompido o uso da substancia, vai tornar a ganhar peso e percebendo isso vai buscar o fármaco novamente, fechando o circulo vicioso.
Nessa situação de uso indevido de substancias para emagrecimento, muitas mulheres acabam adquirindo problemas cardíacos graves e irreversíveis. Como a pessoa não adquire hábitos saudáveis e o peso volta depois de um tempo, ela também se torna dependente da droga. Esse panorama já é bastante ruim, mas ainda há pessoas que unem antidepressivos com sibutramina e outros medicamentos de forma indiscriminada e sem ajuste de dieta.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM