Empreendedorismo voltado para a inovação tecnológica fomenta a diversificação da economia do Estado

Incentivar e fortalecer o empreendedorismo nas universidades públicas com a finalidade de preparar os pesquisadores para gerar novas oportunidades de negócios, a partir da transformação da pesquisa científica em inovação tecnológica. Esta é a intenção do Governo de Minas com o lançamento da segunda edição do Programa Mineiro de Empreendedorismo na Pós-Graduação (mestrado e doutorado), que estará com inscrições abertas a partir desta segunda-feira (29).

Criada em 2010 pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e desenvolvido pelo Sistema Mineiro de Inovação (Simi) e o Instituto de Inovação, a iniciativa tem a expectativa de reunir 200 participantes, entre mestrandos e doutorandos, de nove instituições de ensino superior.

De acordo com os organizadores, o grande desafio do Programa Mineiro de Empreendedorismo na Pós-Graduação é ajudar os pesquisadores a aplicar o conhecimento desenvolvido em teses e dissertações em projetos de inovação tecnológica. Desta forma, aproveita-se o esforço intelectual em sua aplicação prática e os estudiosos podem vislumbrar novas oportunidades de carreira além da docência e da pesquisa, com orientações aos participantes relacionadas à abertura da própria empresa, criação de novos negócios e redes de relacionamento. O objetivo é estimular o desenvolvimento tecnológico, a geração de riquezas, de empreendimentos, de empregos e de oportunidades, além de criar um ambiente favorável ao surgimento de novas empresas no segmento de tecnologia.

“Este é um programa que estimula a cultura empreendedora e contribui para o desenvolvimento do estado. Ele desenvolve o empreendedorismo acadêmico e leva os estudantes a entenderem que o trabalho que eles fazem na universidade pode se tornar efetivamente um negócio, gerando benefícios para o mercado e a sociedade, com novos produtos e processos”, afirma o superintendente de Inovação Tecnológica da Sectes, José Luciano Pereira.

“Você usa boas ideias para fazer inovação e para motivar, não só do ponto de vista da formação acadêmica, mas também da formação em empreendedorismo da comunidade acadêmica”, enfatiza o presidente da Fapemig, Mário Neto Borges.

Transformação de ideias em planos de inovação

A segunda fase do Programa, o seminário Empreendedorismo de Base Tecnológica (Embate Pocket), será realizada entre junho e julho deste ano nas instituições participantes. O Embate Pocket é um curso dinâmico e participativo, aplicado com sucesso no Brasil e no exterior, que simula o processo de inovação e culmina na transformação de ideias em planos de inovação, que poderão ser elaborados com base em demandas reais de empresas e com a participação de órgãos públicos e outros agentes de inovação.

Após formatados, os planos de inovação serão apresentados para um júri de especialistas e investidores – em data e local ainda a serem definidos. O grupo vencedor será premiado com uma viagem a um centro internacional de inovação tecnológica. As inscrições são gratuitas, limitadas a 25 pessoas por instituição, e devem ser realizadas pelo site do Simi até 29 de maio.

Inscrições, regulamento, cronograma, lista dos cursos incluídos e demais informações podem ser acessados por meio do seguinte site:www.simi.org.br.

Podem participar desta edição do Programa mestrandos e doutorandos regularmente matriculados em cursos das áreas tecnológicas, gerenciais, biológicas e da saúde de nove universidades e centros de pesquisa: Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz Minas), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Universidade Federal de Uberlândia (Ufu), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

O lado empreendedor dos cientistas

A primeira edição do Programa Mineiro de Empreendedorismo na Pós-Graduação – que foi vencedora do prêmio da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) como melhor iniciativa de Disseminação da Cultura Empreendedora em 2011 – gerou mais de 50 planos de inovação e estimulou o nascimento de pequenas empresas de vários tipos de tecnologia, registros de patentes, oportunidades de carreira e interação entre diferentes áreas.

Os planos de inovação “Nanotecnologia Magnética aplicada a indústria de combustível”, da UFMG, e “Transformação da glicerina residual do biodiesel em produtos com valor agregado”, da Universidade Federal de Lavras, conquistara, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares do júri técnico,

“Foi o começo da mudança de uma geração que agora tem um olhar mais voltado para o ambiente empreendedor, além da sua pesquisa científica”, destaca o gestor do Sistema Mineiro de Inovação, Paulo Adriano Borges.

Os vencedores foram contemplados com visitas técnicas a centros de referência em inovação de Minas Gerais e do exterior, netbooks e troféus. A equipe da UFMG visitou o centro de inovação da Universidade Estadual do Arizona e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), ambos nos Estados Unidos. O grupo também conquistou o primeiro lugar no prêmio internacional de empreendedorismo Idea to Product Global, no Texas (EUA).

“É o rompimento de uma cultura que tem sido feita através desse programa, de desenvolver o lado empreendedor em cada cientista e envolver o lado tecnológico com o objetivo de melhorar, inclusive, a nossa nação, o nosso povo, a nossa ciência”, ressalta o mestre em bioquímica pela UFMG, Felipe Tadeu Fioroni Gomide, um dos selecionados na última edição do programa.