Conhecida como a doença da mulher moderna e relacionada ao estilo de vida, a endometriose é caracterizada pelo endométrio – tecido localizado dentro do útero, que se desprende durante a menstruação – que fora da cavidade uterina representa a doença. Atinge cerca de 60% mulheres em idade reprodutiva, alerta a Ginecologista do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa, Emanuelli Alvarenga Silva que orienta as mulheres procurarem um médico quando tiverem cólicas muito fortes, com resistência, que demorem a melhorar com remédios e as impeça de exercer as atividades diárias. A doença atinge mulheres a partir da primeira até a última menstruação, com mais intensidade nas com idade próxima aos 30 anos.
Alguns fatores contribuem para o aparecimento da endometriose como imunidade baixa, número de menstruações, genética, estilo de vida, sedentarismo, alimentação inadequada, estresse e ansiedade. Atualmente a mulher menstrua muito mais do que no começo do século passado, que menstruava mais tarde e engravidava mais cedo, tinha mais filhos e amamentava por longos períodos.
Entre os principais sintomas estão a dismenorréia – cólica menstrual – que muitas vezes ocorre de forma intensa, dor durante a relação sexual, fluxo menstrual irregular, dificuldade em engravidar, alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação.
Os sintomas da endometriose podem confundir o diagnóstico. Caso a doença se assente no ovário, o ginecologista poderá perceber o aumento dos ovários pelo toque. Se atingir a região que fica entre o útero e o intestino – endometriose profunda – a paciente sentirá dor durante o exame de toque quando a região for apalpada. Já quando a doença comprometer o peritônio – tecido que reveste a cavidade abdominal – ficará mais difícil estabelecer o diagnóstico pelo toque.
Depois do diagnóstico, análise da cavidade abdominal e verificação dos pontos comprometidos pela doença é necessário ressecar – se possível – os focos que se encontram nos ovários, trompas, útero, peritônio e intestino, por meio de laparoscopia ou medicamentos. Vale lembrar que a cirurgia deve ser bem avaliada pelo médico uma vez que os tratamentos com medicamentos resultam no controle dos sintomas e estabiliza a doença em fases iniciais.
Segundo a especialista a relação entre a endometriose e a infertilidade feminina pode manifestar-se em alguns casos. “Pacientes em estágio mais avançado da doença e obstrução na tuba uterina têm um fator anatômico que justifica a infertilidade. Questões hormonais e imunológicas também podem ser a causa para mulheres com endometriose não engravidarem. Após o tratamento, parte das pacientes conseguem engravidar, principalmente as mulheres em que as tubas não tiverem sofrido obstrução”, esclarece Emanuelli.
Em alguns casos, após o tratamento ou retirada de todas as lesões há possibilidades de a doença voltar, já que ela está ligada ao retorno da função menstrual. Em alguns casos é necessário o bloqueio da menstruação por certo tempo para que a paciente se recupere.
Os exercícios físicos ajudam a prevenir a endometriose, uma vez que a endorfina produzida com a atividade causa bem estar e diminui a produção de estrógenos.
As mulheres mais atingidas pela doença são aquelas que têm menos filhos, expostas ao estresse e que engravidam tardiamente, o que faz com que apresentem o estímulo do estrógeno por maior período.
As adolescentes devem procurar o médico assim que apresentar algum sintoma, pois facilitam o diagnóstico precoce, já que neste período, os fluxos menstruais são irregulares, tanto quanto ao número de dias como em intervalo. As cólicas que incapacitam a paciente de ter uma vida normal, durante a mestruação, pode ser o primeiro sintoma da endometriose, que poderá levar à infertilidade na idade adulta.
Fonte: MP & Rossi Comuncaçõòes