Durante a preparação do livroEscotismo para rapazese do acampamento experimental de Brownsea, chamou a atenção do Fundador Baden-Powell a possibilidade de o jovem aprender e demonstrar sua proficiência em assuntos que poderiam vir a ser sua profissão ou, pelo menos, dar-lhe instrumentos para resolver problemas com mais facilidade. E como “não basta saber, é preciso que os outros saibam que você sabe”, convinha existir alguma espécie de insígnia que indicasse essa proficiência. Assim, surgiu o sistema de Especialidades.
As especialidades referem-se aos mais variados campos do conhecimento: cultura, habilidades manuais, higiene e saúde, técnicas marinheiras ou aéreas, biologia, alimentação, idiomas… O ponto inicial é o interesse do jovem naquele campo de conhecimento. A partir daí, ele cumprirá alguns desafios que dependerão de seu empenho em estudar, em tornar-se destro em certas práticas, em trazer o conhecimento para a realidade e, atendendo aos padrões estipulados, poderá ostentar no uniforme o distintivo correspondente àquela qualificação.
O sistema de especialidades é uma forma de estimular o jovem ao aprimoramento, mostrando-lhe que algo de que ele gosta pode ser valorizado; o que ele sabe fazer pode ser útil desde o provimento do seu conforto no campo ou em casa, até o seu ganha-pão, ou mesmo, numa condição extrema, o salvamento de vidas.
A conquista de especialidades pode ser um fator de identidade grupal: uma equipe (Patrulha) na qual todos os membros se qualificam, por exemplo, na especialidade de Radioamadorismo passa a ter mais um elemento comum, que contribui para a coesão do grupo, além de dar-lhes a prontidão para prestar serviço ao próximo quando essa habilitação se faça necessária.
O sistema de especialidades no Escotismo possibilita ao jovem mostrar sua proficiência em algo que gosta de fazer.Hobbyou profissão, faz manifestar a capacidade para “dar um jeito” em problemas, sejam diretamente ligados àquele saber, seja aproveitando-o como metáfora para responder criativamente aos desafios da vida.