Conforme previsto no início de 2016, a Febre Amarela reapareceu com força em todo o Brasil. Gustavo Thomazine, coordenador da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, explica informações referentes à doença já apontavam para isso e a falta de controle do mosquito Aedes aegypti, aliada à presença do clico silvestre da doença, contribuíram para que esse cenário se confirmasse.
No seu ciclo silvestre moscas fazem a transmissão da doença entre primatas. Quando o homem invade esse ciclo ele acaba se contaminando e traz a febre para o ambiente urbano, onde existe o mosquito Aedes aegypti, que fará a transmissão entre seres humanos. A Febre Amarela é uma das doenças mais perigosas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, também vetor da Dengue, Mayaro, Febre Chikungunya e Zika. Pertencente ao grupo das febres hemorrágicas, a doença é potencialmente letal.
Dois motivos principais contribuíram para que a doença voltasse a aparecer com tanta força: a facilidade de mobilidade entre zona urbana e área rural e a grande população do mosquito Aedes aegypti.
O combate ao vetor da doença tem sido foco de diversas campanhas públicas e pesquisas. Na verdade o mosquito não é nativo do Brasil, ele chegou durante a época da escravatura e veio da África, provavelmente a região do Egito. Foi desta maneira que o mosquito atingiu praticamente ao mundo todo, mas se desenvolveu melhor em países de clima tropical e subtropical.
O Aedes aegypti é um mosquito de ciclo curto, desenvolvendo todo seu ciclo vital entre 15 e 30 dias. Somente as fêmeas picam, uma vez que elas precisam de sangue para fazer a ovopostura, e uma fêmea pode gerar até 1.500 descendentes, que em condições naturais irão todos proliferar.
Animais que se alimentam de insetos ou larvas de insetos são predadores naturais do Aedes aegypti, o que inclui sapos, pererecas, girinos, andorinhas, aranhas e lagartixas, por exemplo. Com os viveiros destes animais sendo destruídos, o mosquito se reproduz sem problemas e vira uma infestação. Ficar atento à caixa d’água, pneus e outros locais que possam cumular água e servir de local para ovopostura é na verdade uma medida paliativa. Hoje o Ministério da Saúde já abandonou a ideia de erradicar o Aedes aegypti, dado o tamanho da infestação, então o objetivo agora é fazer o controle do inseto.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM