Havia uma mulher muito rica que tinha um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um ótimo emprego e uma família unida. Ela não conseguia conciliar tudo isso porque os seus afazeres profissionais lhe ocupavam todo o tempo e, como consequência, a sua vida familiar e espiritual estava cada vez mais deficitária. Se o trabalho lhe chamava, ela desaparecia dos filhos; se surgiam problemas na organização de festas que planejava, ela deixava o marido de lado; e, assim, as orações também ficavam para depois.
Um dia, seu pai lhe deu uma flor raríssima de presente e disse a ela: ‘Filha, esta flor vai ajudá-la muito mais do que imagina. Peço que não deixe de regá-la e podá-la de vez em quando para ter em troca esse perfume maravilhoso e essa beleza incomparável’.
O tempo foi passando, os problemas surgindo e a vida seguindo tão confusa que não permitia àquela senhora cuidar da flor. Ela chegava em casa, olhava o presente, via que não mostrava nenhum sinal de fraqueza e passava direto. Quando a flor ressecou e morreu, ela levou um susto! Chorou muito e contou ao pai o que havia acontecido.
Ele, então, respondeu: ‘Eu já imaginava isso e não posso lhe dar outra flor porque não existe nenhuma igual a essa. Ela era única, assim como seus filhos, seu marido e as graças que você perde por não rezar. Como uma planta, os sentimentos também morrem! Você se acostumou a ver a flor sempre lá, bonita, perfumada, e se esqueceu de cuidar dela. Daqui pra frente, ajude as pessoas que ama e coloque Deus no seu coração, caso contrário, sua dor será muito maior do que a simples perda de uma linda flor’.
E pensando em ajudar o próximo, muita coisa também mudou na minha vida nesses últimos anos. Aprendi que só caminhamos rumo ao Céu quando crescemos em espiritualidade cristã e, sabendo disso, procuro mostrar às pessoas algumas alternativas de fortalecimento na fé.
As sensíveis abrem os corações para novas experiências no Sagrado, mas o que fazer com as ‘insensíveis’? Na minha opinião, em primeiro lugar, temos que nos culpar pela pouca fé de cada pessoa. Quantas vezes deixamos de socorrer um irmão aflito – rico ou pobre – e pouco nos importamos com o seu coração! Assim como a flor da história que por falta d’água morreu, a Água Viva não pode faltar na vida de ninguém. Se o nosso poço estiver sempre cheio, todos beberão!
Para isso, não podemos ficar preocupados apenas com os nossos problemas. Olhando para o lado, certamente veremos pessoas que precisam de ombros amigos para recostar as cabeças e buscar conforto espiritual. Acolhendo com carinho os mais sofridos, seremos perdoados pelos nossos erros e, com o tempo, também nos julgaremos menos culpados pelo comodismo do passado.
Nessa Páscoa, os meus problemas serão menores do que os seus e, pensando da mesma forma, ninguém terá do que reclamar. Peço a Deus que o exemplo de Maria esteja estampado na face de todos, e muitas graças virão por acréscimo.
Viva Cristo Ressuscitado! Feliz Páscoa!
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).