Expansão do Vale da Eletrônica é anunciada em Santa Rita do Sapucaí.

Até o final de 2008, as indústrias do Vale da Eletrônica, no Sul de Minas, terão escritórios de representação em cinco países: Uruguai, Chile, México, Costa Rica e China. A informação foi divulgada pelo sindicato das empresas (Sindvel) nesta quinta-feira (7/8/08), durante o lançamento da 10ª Feira Industrial do Vale da Eletrônica (Fivel), em Santa Rita do Sapucaí. Os deputados Dalmo Ribeiro Silva e Carlos Mosconi, ambos do PSDB, estiveram na abertura do evento e participaram da visita à feira, realizada pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O deputado federal Bilac Pinto (PR-MG) e outras autoridades também prestigiaram a Fivel, que prossegue até sábado (9), nas dependências do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel).

O deputado Dalmo Ribeiro Silva, autor do requerimento para a visita à feira, considerou o evento mais uma virada histórica na página do desenvolvimento de Santa Rita do Sapucaí, de Minas e do Brasil. “Tenho ressaltado na Assembléia a importância desse vale, que hoje, com a feira, é o Vale da Eletrônica do País”, apontou. Dalmo lembrou ainda a Lei 16.296, de 2006, dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), originada de projeto de sua autoria. “Ela contribuiu para inspirar o desenvolvimento, e hoje, aqui, temos uma colheita farta”, apontou. O parlamentar confirmou também a construção de um parque industrial em Santa Rita do Sapucaí, em terreno doado pela prefeitura local. Até 2011, segundo ele, deverão ser gerados mais de 10 mil empregos.

O deputado Carlos Mosconi acentuou a participação do Estado, da União e de municípios na realização da 10ª Fivel. “Essa é uma demonstração da utilidade, eficácia e alcance que uma parceria com essas dimensões pode trazer para a cidade, o Estado e o País. Santa Rita do Sapucaí é o exemplo de como isso pode acontecer”, afirmou. De acordo com o parlamentar, a cidade é hoje um verdadeiro pólo de desenvolvimento, e a feira é uma lição para Minas Gerais. Já o deputado Bilac Pinto lembrou a origem do Vale da Eletrônica, a partir do empreendedorismo de Sinhá Moreira, que dedicou-se à educação dos moradores de Santa Rita do Sapucaí, nas décadas de 40 e 50, e acabou por criar na cidade, em 1959, a primeira escola técnica de eletrônica. “Santa Rita virou, depois, uma opção de vida para muitos que vieram para cá”, afirmou.

Empresários de seis países participam da feira

Pela primeira vez, a Fivel terá rodada internacional de negócios. Além de empresários de todo o País, a feira atraiu revendedores e distribuidores do México, Colômbia, Argentina, Chile, Venezuela e Panamá, interessados nas inovações tecnológicas produzidas no Vale da Eletrônica e colocadas em evidência nos estandes. A expectativa dos organizadores é de movimentar R$ 300 milhões no evento, ampliando em 30% o faturamento anual do setor, que foi de R$ 780 milhões em 2007 e deve chegar a R$ 1 bilhão em 2008.

Esta será também a maior edição da feira, que acontece a cada dois anos, e demandou investimentos de R$ 400 mil nesta edição. São mais de 130 empresas expositoras – contra 90 na edição de 2006 -, nos setores de eletrônica, telecomunicações, informática, automação residencial e industrial, segurança e prestação de serviços. O público esperado chega a 10 mil pessoas em três dias. O presidente do Sindvel, Roberto de Souza Pinto, aponta ainda o crescimento do número de empresas exportadoras. “Eram sete em 2004, 22 em 2006 e hoje são 40”, comemora.

APL – Em todo o Vale da Eletrônica, há mais de 130 empresas, que geram cerca de 9 mil postos de trabalho e fabricam mais de 11 mil itens. O APL de Santa Rita do Sapucaí é um dos principais pólos de desenvolvimento tecnológico do Brasil, reconhecido internacionalmente pela qualidade dos produtos, capacitação dos funcionários e pelo sistema de cooperação entre as empresas. O Sindvel aponta ainda que as empresas da região, que importam grande parte da matéria-prima, acabaram beneficiadas pela valorização do real frente ao dólar, tornando-se mais competitivas. A Fivel, segundo Souza Pinto, é a maior oportunidade para as empresas ganharem visibilidade. Participaram ainda da abertura da 10ª Fivel prefeitos, vereadores, empresários e dirigentes de organizações públicas e privadas.